Devido ao seu tamanho, o telescópio James Webb teve de ser lançado dobrado e encaixado num foguetão. Depois da partida no dia de Natal, a 8 de janeiro o telescópio começou uma complexa rotina de mudança de forma e de desfraldar das suas velas, acabando por adotar a sua configuração final já no espaço. Agora, um mês depois do lançamento, a missão anuncia que o telescópio chegou à órbita final, a 1,5 milhões de quilómetros. É a partir daqui que o telescópio vai realizar as suas leituras e observações de estrelas antigas e galáxias distantes.
“No último mês, o JWST (James Webb Space Telescope) tem alcançado sucessos impressionantes e é um tributo a todos os que passaram muitos anos e mesmo décadas a trabalhar para o êxito da missão”, declarou Bill Ochs, o gestor de projeto da NASA, em comunicado.
Nos últimos dias, o telescópio ligou os propulsores e realizou alguns abrandamentos estratégicos para se posicionar na órbita correta, em torno de um ponto invisível no espaço conhecido por ponto Lagrange entre a Terra e o Sol, onde as forças centrípetas dos dois corpos estão no ponto ótimo, permitindo que os objetos se mantenham numa posição relativamente ‘estável’. O JWST está no ponto L2, um dos cinco que existem e vai manter-se a 1,5 mil milhões de quilómetros de distância da Terra, noticia o The Verge.
Jean-Paul Pinaud, que lidera as operações do projeto na Northrop Grumman, principal fornecedor desta missão, explica que a posição no L2 é relativamente estável: “é como estar sentado numa sela de um cavalo. Numa sela, estamos quase estáveis”. Assim, o JWST vai precisar de alguma ajuda para se manter em posição e realizar pequenos ajustes a uma média de cada 20 dias. Nestas alturas, o telescópio ligará os seus propulsores durante dois a três minutos para fazer as pequenas correções. O ponto L2 foi escolhido por estar longe da Terra e do Sol e permitir manter a temperatura do telescópio baixa e não afetar as leituras de luz infravermelhos que se pretendem fazer.
A expetativa é de que o combustível se esgote ao fim de dez a 20 anos, altura em que a missão do observatório se dará por concluída.