A nova técnica desenvolvida por investigadores do Reino Unido é a primeira que replica as três camadas da pele: hipoderme, derme e epiderme. O autor do trabalho, Alan Smith, explica que “temos efetivamente três tipos de células diferentes. Todas elas crescem em ritmos diferentes. Se se tentar produzir estruturas com três camadas, pode ser muito difícil assegurar os requisitos para cada uma delas”. A solução passa pelo processo SLAM, de suspended layer additive manufacturing.
A equipa, das universidades britânicas de Birmingham e de Huddersfield, usou um material semelhante a um gel para suportar o material, alternando a estrutura à medida que se formava para criar uma ‘cama’ de partículas que pode acomodar uma segunda fase de injeção do gel. Durante a impressão, as camadas de pele são depositadas no gel, que assegura que tudo se mantém no seu lugar. Depois da impressão, o material de suporte é lavado, deixando para trás o substituto da pele, explica o Alpha Galileo.
Esta abordagem permite ainda ajustar rapidamente o gel, de forma que se repare também mais rápido que noutras técnicas semelhantes. A proposta permite também resoluções de impressão mais elevadas e lidar com estruturas de pele ainda mais complexas.
Nos testes, um tecido de pele de porco foi perfurado e foi aplicada a pele artificial para reparar a ‘ferida’. Uma cultura de 14 dias foi suficiente para se começar a notar o processo de cura deste corte. “Conseguimos demonstrar alguma integração, mesmo após um curto período de tempo”, explica outro autor do estudo, Liam Grover.
O próximo passo desta equipa passa por testar o substituto da pele em modelos mais apropriados a feridas crónicas e em processos que durem mais tempo de recuperação para se aferir a efetividade de se conseguir reparar pele humana e reduzir o processo de cicatrização.