Os locais de arte pós-paleolítica descobertos pela equipa de investigadores e arqueólogos liderada por Fátima Matos Silva da Universidade Portucalense revestem-se de um valor incalculável e reforçam o já vasto património arqueológico desta área. As cerca de 50 estações de arte rupestre de ar livre em Paredes de Coura datam de algures entre o Neolítico (meados do VI milénio a.C. aos finais do IV milénio a.C.) e a Idade do Ferro (entre 700 a.C. e o século I d.C.).
Covinhas, círculos ou semicírculos, por vezes preenchidos por pontos, armas, zoomorfos e figurações humanas constituem os motivos mais comuns. “Algumas das gravuras apresentam-se consideravelmente vincadas, sendo, contudo, o traço, na maioria das situações, ténue e de difícil identificação, pelo que o recurso às novas tecnologias tem ajudado em muito ao seu conhecimento aprofundado”, esclarece a arqueóloga que liderou os trabalhos, em comunicado de imprensa.
Fátima Campos Silva alerta ainda que estas representações simbólicas de comunidades agrícolas e pastoris de um passado longínquo são irrepetíveis, pelo que urge criar as condições para a sua preservação.
A equipa tem procedido com a limpeza e levantamentos gráfico, fotográfico e fotogramétrico, com vista a futura publicação, estando ainda a investigação em curso. Esta região do vale superior do rio Coura é uma área muito rica em vestígios que documentam uma ocupação contínua desde tempos pré-históricos.