As observações do Telescópio Hubble, operado em parceria pela NASA e pela Agência Espacial Europeia, mostram que os ventos no anticiclone Grande Mancha Vermelha de Júpiter estão a acelerar, na parte de fora, e a abrandar na parte interior. Estes ventos rodam no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e chegam a atingir os 644 km/h, com a tempestade a ser maior do que a Terra.
A deteção da evolução da velocidade só foi possível devido à existência de um histórico de observações. Amy Simon, investigadora de um estudo sobre ventos publicado no Geophysical Research Letters, salienta que “estamos a falar de alterações tão pequenas que, se não tivéssemos 11 anos de dados do Hubble, não saberíamos que aconteceram”, cita a Cnet.
Michael Wong, da Universidade da Califórnia, afirma que “quando vi inicialmente os resultados, perguntei ‘Isto faz sentido?’ Nunca ninguém viu isto antes. Isto é algo que só o Hubble consegue fazer. A longevidade e observações continuadas do Hubble tornam esta revelação possível”. O aumento detetado equivale a menos de 2,5 km/h por ano terrestre. Apesar de ter sido detetada uma aceleração, os investigadores ainda não adiantaram a causa para isso ter acontecido.
A Grande Mancha Vermelha de Júpiter tem sido alvo de estudos e de fascínio há mais de 150 anos. Alguns relatórios mostram que este anticiclone está a reduzir de tamanho, mas a maior parte dos investigadores assegura que a tempestade ainda se vai manter durante muitos mais anos.