Um grupo de exploradores e cientistas encontrou, no passado mês de julho, numa expedição ao Ártico, uma ilha com cerca de 30 metros de comprimento e três metros de altitude a norte da Gronelândia – e que é, segundo os registos conhecidos, a ilha localizada mais a norte no planeta Terra. A descoberta foi noticiada pelo jornal dinamarquês Weekendavisen, na passada sexta-feira, dia 27 de agosto.
Morten Rasch, explorador polar e diretor da estação de investigação do Ártico localizada na Gronelândia, admitiu à Reuters que “descobrir uma nova ilha não era o nosso objetivo. Só queríamos recolher amostras.”
A pequena massa foi revelada devido às alterações na cobertura de gelo, contudo os cientistas garantem que isto não foi uma consequência direta do aquecimento global. Os exploradores demonstram ainda o desejo em batizar a ilha como “Qeqertaq Avannarleq”, que significa em gronelandês “ilha mais a norte”.
Os exploradores inicialmente pensaram ter chegado a Oodaaq, uma ilha descoberta em 1978 por uma equipa dinamarquesa, mas rapidamente perceberam que estavam errados quando conferiram a localização exata. “Toda a gente ficou feliz por encontrarmos o que pensámos ser Oodaaq”, afirmou Christiane Leister, empresária suíça da Fundação Leister e financiadora da expedição. “É um pouco como os exploradores no passado, que pensaram que tinham chegado a um local e na realidade tinham descoberto outro completamente diferente.”
Rene Forsberg, professor no Instituto Espacial Nacional da Dinamarca explicou que esta área onde foi descoberta a ilha – norte da Gronelândia – possui, em algumas partes, um dos gelos polares mais espessos da região, tendo, no Verão, cerca de dois ou três metros de espessura. Contudo o professor dinamarquês acrescentou ainda que, na década de 1970, eram de quatro metros.
“Cumpre os critérios para ser considerada uma ilha”, assegurou Forsberg, uma vez que fica acima do nível do mar na maré alta e, portanto, fazendo com que seja a “terra” mais a norte no planeta. Numa altura em que existe uma batalha entre os países, Estados Unidos, Rússia, Canadá, Dinamarca e Noruega pelos territórios a norte no Ártico, disponíveis graças às alterações climáticas, mas concretamente, ao degelo, o conselheiro do governo dinamarquês, considera, contudo que esta descoberta mude as ambições e delimitações territoriais da Dinamarca na região, argumentando que “estas pequenas ilhas aparecem e desaparecem”.