Os investigadores calculam que a galáxia GN-z11 formou-se ‘apenas’ 420 milhões de anos após o Big Bang (estima-se que o universo tenha 13,8 mil milhões de anos), na mesma altura em que a luz começou a preencher o Cosmos. A galáxia foi vista pela primeira vez em março de 2016 e a sua idade ‘respeitável’ foi logo reconhecida, mas só agora é que os investigadores conseguiram determinar a idade com maior grau de certeza. O professor Nobunari Kashikawa, da Universidade de Tóquio, Japão, explica que esta galáxia está a 13,4 mil milhões de anos-luz da Terra, a mais distante já observada. Em quilómetros, são 134 noniliões de quilómetros, ou seja, 134 seguido de trinta zeros.
“A GN-z11 é luminescente e nova, moderadamente massiva, o que implica um rápido crescimento de massa estelar no passado”, descrevem os investigadores citados na publicação Nature Astronomy.
A análise de assinaturas químicas, ou seja, das linhas de emissão e de absorção (de quando os fotões são libertados dos átomos ou de quando os fotões são absorvidos) foi feita com recurso a observações do Telescópio Hubble e a leituras do instrumento mais atualizado no solo conhecido por MOSFIRE, montado no telescópio Keck I, no Havai.
As observações dos investigadores mostraram ainda um brilho invulgar de uma luz ultravioleta, que será analisado e estudado com maior cuidado agora. “Estes GRB (de gamma-ray bursts ou explosões de raios gama em tradução livre) e as suas emissões associadas podem ser usados para saber mais sobre a formação das estrelas e a história da reionização na era da ‘madrugada’ cósmica”, explicam os investigadores.
Até agora, a galáxia mais antiga detetada é 150 milhões de anos mais recente do que a GN-z11. Sabe-se agora também que, devido à expansão do universo, a luz da GN-z11 viajou 32 mil milhões de anos-luz até chegar a nós, apesar de a galáxia estar a ‘apenas’ 13,4 mil milhões de anos-luz.