Lá longe, a 18,75 mil milhões de quilómetros do planeta Terra, a sonda Voyager 2 continua a sua missão de exploração espacial, sendo uma das duas únicas sondas que já conseguiram chegar ao chamado espaço interestelar. Mas nos últimos oito meses a nave esteve em silêncio – não por culpa da tecnologia que leva a bordo, mas porque na Terra não havia forma de comunicar com ela.
A única antena capaz de comunicar com a Voyager 2 está localizada perto de Canberra, na Austrália, e em março entrou num período de atualização tecnológica. A Deep Space Station 43 (DSS43), como é conhecida, tinha transmissores com mais de 40 anos, pelo que foi alvo de uma remodelação feita pela agência espacial americana, a NASA.
As ligações elétricas, a fonte de alimentação, os sistemas de arrefecimento e o próprio prato da antena foram substituídos nos últimos meses. E com parte dos trabalhos concluídos, qual a melhor forma de conferir que tudo estava a funcionar do que estabelecer uma ligação com a Voyager 2.
Na passada quinta-feira, 29 de outubro, o DSS43 enviou alguns comandos para a sonda, como revela a publicação CNet. Por causa da grande distância para a sonda, a equipa responsável teve de esperar 34 horas por uma resposta. “Enviámos os comandos e depois de uma viagem de ida e volta, de 34 horas e 48 minutos, voltou com um ‘olá’”, escreveu a equipa da Rede do Espaço Profundo (DPN na sigla em inglês) da NASA.
“Este teste de comunicação com a Voyager 2 diz-nos que estamos bem encaminhados com o trabalho que estamos a fazer”, comentou Brad Arnold, da equipa australiana.
Com um tempo de missão estimado de quatro anos, a Voyager 2 já está em atividade há mais de quatro décadas e já passou pela órbita dos planetas Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.