Investigadores do centro Fraunhofer AICOS Portugal estão a desenvolver um sistema assente em três vertentes, recheado de tecnologia em cada momento, e que pretende ajudar a prevenir a propagação de pragas nas vinhas. O projeto EyesOnTrap usa técnicas de visão computacional, dados de sensores para deteção automática de insetos nas armadilhas, registo de temperatura localizada e faz recomendações para combater as ameaças identificadas.
De um lado, há uma app móvel para o viticultor usar no terreno e reconhecer e contabilizar automaticamente as pragas, recolher o histórico de temperatura local e registar o estado fenológico (processos biológicos periódicos ligados ao clima). Em segundo lugar, há um módulo web central que armazena a informação recolhida pelo viticultor, disponibiliza recomendações de monitorização e que é flexível, podendo ser expandido para reconhecer novos insetos. Por fim, há um portal web para especialistas em taxonomia, para uso remoto, que permite observar os resultados da monitorização automática nas diferentes parcelas ou regiões e que ajuda a desencadear a resposta atempada às pragas detetadas, explica o centro de investigação em comunicado.
Esta é uma resposta tecnológica, que pretende ajudar nesta fase os produtores e empresários do Douro, região onde a produção de uva constitui um setor económico de referência e que é dos mais vulneráveis num cenário de mudanças climáticas e onde as pragas se tornam uma séria ameaça à qualidade da uva e ao rendimento da viticultura.
O projeto conta com um investimento superior a 400 mil euros e está a ser desenvolvido pelo Fraunhofer AICOS, em parceria com a GeoDouro – Consultoria e Topografia, Lda, e a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense, contando com a participação de representantes do setor, como a Sogevinus Quintas SA, a Adriano Ramos Pinto – Vinhos SA e a Sogrape Vinhos, SA.