As imagens da Voyager 2 mostraram um hexágono claro num dos pólos de Saturno e, desde então, os investigadores têm tentado perceber o que o forma. Uma das razões mais apontadas passa pelas ondas de Rossby, fenómeno observável também na Terra e, em várias experiências simuladas, os investigadores conseguiram replicar o mesmo padrão em condições semelhantes. Agora, os investigadores Rakesh Yadav e Jeremy Bloxham, de Harvard, criaram um modelo que vai mais fundo par explicar o comportamento da atmosfera exterior de Saturno e identificar o que causa estes hexágonos.
A simulação destes dois cientistas tenta replicar 10% do raio de Saturno e é bastante exigente em termos computacionais, explica o ArsTechnica. Nesta fase, a dupla apresenta apenas uma configuração possível da atmosfera de Saturno, descrevendo-a como ‘prova de conceito’ e admitindo que é possível fazerem-se mais ajustes nas propriedades físicas para recriar outros cenários.
Na recriação computacional, é possível vermos ventos a movimentar-se em diferentes direções, fortes jatos e o surgimento de alguns vórtices, particularmente perto dos pólos. Estes vórtices fazem com que os fluxos assumam uma forma mais poligonal ou angular nas extremidades. Os gases, ao ficar menos densos naquela zona, assumem uma maior velocidade na direção de baixo para cima e o movimento no topo do vórtice é mais turbulento, perdendo a organização coerente.
O exercício destes cientistas permite concluir que há várias atividades diferentes consoante a altura a que se esteja a fazer a análise, mas conclui que há um conjunto persistente de vórtices em torno dos fluxos polares e que assumem uma forma poligonal, se vistos de cima para baixo.
O modelo apenas recriou uma forma triangular e não tanto hexagonal, mostra uma rotação para oeste mais rápida do que aquela que se verifica na realidade e, apesar de ter uma simulação para o pólo sul, não há quase menção nenhuma à aproximação à realidade naquelas circunstâncias.