Uma das primeiras conclusões a que a NASA chegou foi de que os ventos solares não se comportam de todo como se julgava até aqui. A Sonda Solar Parker fez os voos rasantes mais próximos de sempre ao Sol em abril deste ano, mas só agora os cientistas da NASA estão a publicar as conclusões das análises feitas aos dados recolhidos. O comunicado de imprensa da agência espacial começa por indicar que o Sol está «a revelar-se ao detalhe e a iluminar o conhecimento sobre como outras estrelas podem formar-se e comportar-se em todo o universo». Nos voos iniciais, a sonda aproximou-se a 24 milhões de quilómetros do Sol, o que já a colocou mais próxima do que Mercúrio está do nosso astro. Mas há planos para se aproximar ainda mais.
As conclusões foram publicadas em quatro trabalhos distintos na revista Nature e referem-se à forma como o vento solar se comporta, como funciona em relação à rotação solar, a uma análise à poeira da coroa solar e o último é sobre eventos de aceleração de partículas que não foram detetados a partir da Terra.
A sonda Parker mostra os ventos solares não são um fluxo uniforme, como parece visto da Terra. A observação revela um sistema altamente estruturado e dinâmico, semelhante ao que apresenta um estuário que serve de zona de transição do rio para o mar. A observação, feita no local mais próximo de sempre, oferece-nos uma perspetiva diferente sobre estes ventos, com destaque para os switchbacks, pequenas inversões na direção do campo magnético. Estas viragens acontecem só até Mercúrio, não se registando depois do primeiro planeta a contar do Sol, o que as tornou indetectáveis até agora. Durante esta manobra, o campo magnético inverte-se quase ao ponto de ficar virado para o próprio Sol de novo.
Os investigadores detetaram ainda eventos de partículas que não podiam ser vistos a partir da Terra, com explosões com muitos elementos pesados.
Este tipo de eventos ajuda os investigadores a perceber o que causa os ventos solares e como o clima no espaço afeta a Terrra, como também ajuda a entender processos fundamentais de como as estrelas operam e como lançam energia magnética à sua volta.
Em setembro de 2020, a sonda deve fazer um novo voo rasante, desta vez a três ou cinco mil milhões de quilómetros do Sol, e espera-se que mais informações sejam reveladas posteriormente.