Um grupo de cientistas da universidade de Otago, na Nova Zelândia, revelou que o mítico monstro do Lago Ness pode ser apenas uma enguia gigante. Ao todo foram analisadas cerca de 250 amostras de água das profundezas do lago escocês, em julho do ano passado, das quais foram extraídas 500 milhões de sequências de material genético. Nestas não foi encontrado qualquer vestígio de animais de grande porte nem de animais pré-históricos.
Neil Gemmell, investigador na área da genética na mesma instituição, contou à Reuters que nas amostras havia uma grande porção de ADN de enguia. Explicou que «as enguias existem em abundância neste sistema – foi surpreendente a quantidade de enguias que avistámos nos locais onde recolhemos amostras.»
«Não podemos excluir a possibilidade de ter existido uma enguia gigante no Lago Ness, mas também não podemos confirmar se estas amostras provêm de um animal de largo porte ou comum», disse Gemmell, explicando que, embora a ideia do monstro ser uma enguia gigante já exista há décadas, nunca foi apanhada uma no Lago Ness.
Mas o mito do monstro do Lago Ness, também conhecido por Nessie, remonta ao século VI (ano de 565 d.C.), época em que foram feitos os primeiros registos escritos (que se conheçam) sobre o encontro do monge irlandês São Columba e um “monstro aquático” – consta que o avistamento ocorreu no Rio Ness.
A popularidade deste mito deve-se em muito à publicação daquela que alegadamente viria a ser a primeira imagem registada do monstro, mais conhecida por “Fotografia do Cirurgião”, no jornal Daily Mail, em 1934. Durante alguns anos, este registo fotográfico avivou a força da lenda, embora na década de 60 tenha sido revelado que não passava de um embuste – não passou de um boneco preso a um pequeno aparelho submarino.
De acordo com a Reuters, desde então várias tentativas de avistar um monstro foram feitas e, em 2003, a BBC organizou uma extensa busca científica que recorreu a tecnologia de satélite para analisar as profundezas do lago. Na tentativa mais recente, que decorreu há três anos, e na qual foram utilizados drones aquáticos, nada foi encontrado exceto uma réplica do monstro utilizada nas filmagens do filme The Private Life of Sherlock Holmes (1970), que se afundou nas profundezas do lago.