De acordo com a MIT Technology Review, o nascimento da criança vai permanecer em segredo até que o governo chinês dê autorização para que os responsáveis do projeto divulguem a notícia.
A Segunda Conferência Internacional sobre Edição do Genoma Humano (Second International Summit on Human Genome Editing, em inglês), que teve lugar em Hong Kong, em novembro do ano passado, foram discutidas questões como os prós e contras da modificação genética da raça humana.
A mesma publicação afirma que durante a conferência He Jiankui, um cientista chinês na área da biofísica, afirmou já ter levado a cabo experiências de modificação genética humana, nomeadamente, de duas meninas gémeas, através de uma técnica que em português se denomina de Repetições Palindromicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas (CRISPR, na sigla em inglês).
Durante o evento, o mesmo cientista anunciou ainda que um terceiro bebé geneticamente “editado” estava a caminho. Sete meses passaram e o menino/a pode já ter nascido, dado que na altura a mulher estava nos meses iniciais da gravidez, segundo confirmou William Hurlbut, um investigador americano da universidade de Stratford, com quem He Jiankui mantém contacto – a MIT Technology Review afirma que o Hurlbut tem conhecimento de pormenores da experiência que mais ninguém tem mas que, por querer respeitar ao anonimato dos pais da criança, não os vai revelar.
«O que eu posso dizer é que trata de um nascimento normal (de 38 ou 42 semanas) e que estamos próximos do evento», afirmou o cientista americano à publicação do MIT.
Apesar de inovador (em certa medida), a utilização destas técnicas de engenharia genética levantam algumas questões éticas. O governo Chinês foi criticado por alguns investigadores e académicos que consideram que a modificação genética humana pode ter consequências irreversíveis.