A AI Now Institute é uma organização sem fins lucrativos e que reune especialistas em soluções de Inteligência Artificial. A organização divulgou agora o seu relatório anual onde inclui recomendações para a regulação do setor que trarão maior transparência. Outra conclusão que se pode ler no documento é que os sistemas que prometem reconhecer emoções nos rostos dos utilizadores se baseiam «em princípios da psicologia que se revelaram suspeitos», afirmou Kate Crawford, co-fundadora da AI Now e investigadora na Microsoft Research.
Estes especialistas referem-se ao sistema comummente usado para codificar as expressões faciais em sete emoções nucleares. Este sistema foi desenvolvido por Paul Ekman baseando-se no estudo de comunidades que estavam distantes da civilização moderna e conclui que as expressões faciais são universais. Este conceito é o ideal para os sistemas de AI, uma vez que torna mais simples a tarefa dos investigadores de categorizar as imagens recebidas.
De acordo com o QZ, Amazon e Microsoft prometem reconhecimento facial capaz de identificar as emoções no rosto. Os peritos alertam, no entanto, que o contexto deve ser sempre tido em consideração e que, por exemplo, um simples franzir de sobrancelha pode indicar que o rosto está zangado, em dúvida ou simplesmente que está a pestanejar por causa de uma luz brilhante. «Um hipotético robô capaz de ler emoções teria de ter um conhecimento bastante significativo e contexto para ser capaz de adivinhar as emoções das pessoas», disse Lisa Feldman Barrett.
Recorde-se que as soluções de AI de reconhecimento facial têm vindo a tornar-se cada vez mais ubíquas, marcando presença em telefones, carros e muito mais.