Em Apex Chert, Austrália, a equipa de John Valley encontrou fósseis com 3,5 mil milhões de anos. Há outras equipas que desenterraram, pulverizaram e bombardearam com lasers rochas no deserto australiano e encontraram evidências de fósseis diversificados com 3,7, 3,9 ou mesmo 4,2 mil milhões de anos. Apesar de várias descobertas independentes e estudos mais ou menos aprofundados, não há consenso sobre estes microfósseis.
Os geólogos localizam estes fósseis no período conhecido como Hadean, uma era em que a atividade vulcânica e os constantes bombardeamentos de “migalhas” de outros planetas tornavam a Terra um local pouco recomendável. Agora, investigadores avançam com a teoria de que a Terra poderá ter sido tépida e com água nesta altura. O arrefecimento e solidificação do planeta poderão ter acontecido há 4,4 mil milhões de anos. Uma vez que as rochas agora descobertas têm oxigénio, há a sugestão de que a água já existia há 4,3 mil milhões de anos. Por outro lado, as tempestades de meteoritos podem ter abrandado lentamente e não ter chegado a um fim abrupto, explica a Wired.
Esta nova versão sobre os primórdios da Terra tem vindo a ganhar força coma descoberta de pequenos cristais de zircónio que sugerem que o planeta era mais frio, mais húmido e mais calmo do que se teorizava há alguns anos.
Também no Canadá, em março do ano passado, descobriram-se fósseis com metade da espessura de um cabelo humano e apenas meio milímetro de comprimento que se acredita serem cidades fossilizadas construídas por comunidades de micróbios há 4.28 mil milhões de anos. Este projeto revelou uma das formações de ferro mais antigas do mundo.
O trabalho de John Valley, um especialista com equipamento bastante sensível de medição de isótopos e seus rácios, permite-lhe dizer que é possível que a vida se psosa formar em “apenas” milhões de anos, desde que as condições do planeta sejam favoráveis. «Quando comecei, ensinaram-me que demorava milhares de milhões de anos até se formar vida. Do ponto de vista de um micróbio, um milhão de anos é bastante tempo, mas é um piscar de olhos em tempo geológico».