Custou um milhão de euros e é a primeira infraestrutura científica do género a operar em Portugal: A Universidade de Coimbra acaba de anunciar a constituição do Observatório de Nanopartículas, que terá como objetivo a análise do ciclo completo das nanopartículas e o registo de dados permitem prever o impacto que estas partículas podem ter para a saúde humana e para os ecossistemas.
O novo observatório contou com um investimento do Programa QREN e da Universidade de Coimbra e está dotado de equipamento, que é descrito como sendo de «última geração». Em comunicado, os investigadores da Universidade de Coimbra revelam que, entre os equipamentos instalados, encontra-se um aparelho «capaz de detetar, captar e quantificar os diversos tipos de nanopartículas suspensas no ar para as quais o pulmão não funciona como filtro, entrando diretamente na corrente sanguínea».
O observatório vai operar com uma equipa multidisciplinar composta por oito doutorados. Os investigadores de Coimbra recordam que a nova infraestrutura pode revelar-se especialmente importante para a deteção de ameaças “invisíveis” que pairam em ambientes de trabalho (em especial nas indústrias metalomecânicas ou na própria indústria das nanotecnologias).
«As nanopartículas habitam em todo o lado, são silenciosas e muito invasivas, desconhecendo-se os malefícios que podem provocar. Sem alarmismos, é essencial obter essa informação para permitir a adoção de medidas de prevenção, monitorização e controlo justamente para evitar danos. Por exemplo, desenvolvendo sensores de alerta e nanofiltros», refere Teresa Vieira, coordenadora do novo Observatório, através do comunicado enviado pela Universidade de Coimbra.
Do trabalho do Observatório de Nanopartículas resultará ainda a produção de um Prontuário das Nanopartículas, que deverá servir de referência para novos estudos e definir limites legais no que toca às partículas que poderão estar presentes na indústria e no ambiente em geral.