À medida que os processadores aumentam o seu desempenho, aumenta-se também a quantidade de calor produzido. Assim, torna-se necessário gastar mais energia não só a alimentar o chip como também a arrefecê-lo. A IBM está à procura de uma forma de resolver este problema e uma das soluções poderá passar por arrefecer os processadores da mesma forma que o cérebro humano é arrefecido: ou seja, usando líquido.
De acordo com a BBC, os investigadores Patrick Ruch e Bruno Michel construíram um protótipo de um chip que contém canais minúsculos pelos quais circula um fluido que arrefece os componentes. Este “sangue eletrónico” é assim designado porque o fluido é na realidade um eletrólito, que além de arrefecer os componentes “alimenta-os” também, com energia elétrica.
A possibilidade de arrefecer os processadores deste modo permitiria aos cientistas criar chips muito mais densos e em forma de blocos, criando infraestruturas tridimensionais capazes de competir em densidade com o cérebro humano. Neste momento, tais estruturas são impossíveis de criar dado que os transístores são arrefecidos a ar. Se os empilhássemos, haveria demasiado calor aprisionado no interior do processador.
Bruno Michel diz que hoje “noventa e nove por cento do volume de um computador é dedicado ao arrefecimento. Apenas 1% é usado para processar informação. E nós achamos que construímos bons computadores?”. O cientista acrescenta que “a indústria dos computadores usa 30 mil milhões de dólares de energia e joga-a pela janela fora. Estamos a criar ar quente por 30 mil milhões”.
O protótipo ainda está numa fase muito inicial e ainda há muito trabalho a fazer nas próximas décadas. Segundo a visão destes cientistas da IBM, com esta tecnologia poderemos ter, em 2060, um computador com uma potência de um petaflop na nossa secretária, máquina que, hoje, ocuparia um campo de futebol.
