A equipa de investigadores da Universidade Commonwealth da Virgínia desenvolveu um circuito que, segundo especialistas da Applied Physics Letters, pode mostrar o caminho para "um sistema lógico e de memória magnética não-volátil de alta densidade, mas de baixo consumo energético".
Em vez dos tradicionais "switches" que codificam os zeros e uns básicos dos sistemas computacionais através de circuitos baseados na polaridade, os investigadores aproveitaram o potencial da spintronics e da straintronics.
Spintronics é uma tecnologia que permite aproveitar a energia da rotação intrínseca de um eletrão e do seu campo magnético associado. Straintronics, por sua vez, é uma tecnologia que faz com que os eletrões se comportem como se estivessem num campo magnético quando lhes é aplicado um esforço.
Neste circuito, explicam os investigadores que, "durante a mudança de estado (de 0 para 1 e vice-versa), a spintronics usa muito menos energia que outros sistemas baseados na polaridade. No entanto, quando é acelerado para velocidades usáveis, a poupança de energia perde-se". Para evitar este efeito, os cientistas propõem a utilização de um composto chamado multiferroics que inclui um material piezoelétrico em contato íntimo com um nanomagneto, que muda de forma em resposta a um esforço físico que lhe é aplicado.
A eletricidade pode gerar esforço que vai causar uma mudança na direção do magnetismo, causando uma rotação dos eletrões na direção oposta. Os investigadores acreditam que a energia dissipada neste processo vai encontra-se na ordem dos 0,4 attojoules – um milionésimo de um milionésimo de um joule.
Ainda não se avistam utilizações comerciais para esta tecnologia, mas os investigadores preveem uma utilização em processadores indicados para o implante de dispositivos médicos em humanos. Os dispositivos poderiam assim recolher a energia necessária a partir do movimento corporal dos pacientes.