O primeiro sinal de alerta partiu de uma pequena cidade que dá pelo nome de Alphen aan den Rijn e que terá registado um aumento no número de árvores de doentes.
A investigação foi desencadeada por Niek van ‘t Wout, responsável pela área de manutenção dos espaços verdes da cidade, que estranhou o facto de grande parte das 36 mil árvores da cidade apresentarem protuberâncias e bolbos que geralmente estão relacionados com doenças.
Numa primeira análise realizada em 2007, os serviços locais terão concluído que 10% das árvores sofriam desta maleita. Em 2010, já seriam 30% as árvores doentes.
A este número acresce outro igualmente intrigante: cerca de 70% das árvores de Alphen aan den Rijn apresentam algum tipo de "anormalidade" ou deficiência.
O responsável pelos espaços verdes da cidade não quis perder mais tempo e já lançou um repto a cientistas e entendidos para estudarem uma eventual relação entre as doenças das árvores e um hipotético efeito nefasto das redes Wi-Fi usadas nas casas circundantes, informa o Wall Street Journal.
Em paralelo, noutra cidade holandesa, um investigador da Universidade de Wageningen levou a cabo uma experiência que permitiu concluir, a título preliminar, que o Wi-Fi pode danificar as folhas das árvores.
O ensaio exigiu a colocação de 25 pequenas árvores (freixos foi a espécie escolhida) em dois compartimentos. Num dos compartimentos as árvores tiveram a "companhia" de seis routers Wi-Fi similares aos que hoje são usados por milhões de pessoas em casa ou locais de trabalho.
André van Lammeren, autor do estudo, confirmou, três meses depois de iniciada a experiência, que as árvores mais próximas dos routers tinham as folhas danificadas.
Apesar desta constatação, van Lammeren lembra que é preciso prosseguir com os estudos antes de chegar a conclusões definitivas sobre o hipotético efeito negativo que o Wi-Fi pode ter no crescimento das árvores. O que não impediu que os jornais, os canais de TV e blogues dentro e fora da Holanda lançassem o alerta e dessem início a um novo debate sobre as consequências das redes sem fios para a flora e a fauna circundantes.
***Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico***
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