O general Bradley Chance Saltzman é o responsável pela Força Espacial dos EUA, uma organização criada para defender os interesses daquele país no domínio espacial. Na semana passada, o militar revelou, numa passagem pela Europa, uma grande preocupação com o aumento exponencial das capacidades militares da China no Espaço: “O ritmo a que estão a colocar capacidades no Espaço é desconcertante”.
O responsável lembrou que muitas vezes a atenção tem sido desviada para a ameaça russa à segurança europeia por ser “o crocodilo mais próximo do barco”, mas alerta que a ameaça da China representa um risco muito maior.
Pequim estará a colocar centenas de satélites no Espaço como parte de um sistema que pode ser usado para ajudar em missões na Terra. “O volume de ameaças e a diversidade das ameaças que a China está a representar é um desafio particular”, no entanto, “a Rússia é uma nação muito capaz no Espaço e investiram seriamente aí também”, destaca o responsável.
A Pequim e Moscovo já se juntaram Egipto, África do Sul, Tailândia e Paquistão para a construção de uma estação lunar que irá rivalizar com o programa Artemis liderado pelos EUA.
A Força Espacial dos EUA foi fundada em 2019, para tratar o Espaço como um cenário militar, juntamente com o ar, água, terra e ciberespaço. Esta organização está a desenvolver sistemas de proteção para satélites e em mecanismos que impeçam nações rivais de usar soluções baseadas no espaço em caso de conflito.
Este ramo das Forças Armadas conta com um orçamento de 29 mil milhões de dólares, aliado aos 27,2 mil milhões da NASA. Também França, Reino Unido e Alemanha estão a tentar construir um ramo militar semelhante, embora numa escala muito mais pequena.