Karin, Koronis e Massalia são os nomes de três famílias de asteroides e são também a origem de 70% dos meteoritos que caíram na Terra ao longo dos anos. Esta é a conclusão de três estudos publicados agora nas revistas científicas Nature e na Astronomy and Astrophysics que apontam a origem nestas famílias que se formaram a partir de colisões na cintura de asteroides entre 5,8 e 40 milhões de anos.
Ao website Gizmodo, Michaël Marsset, investigador do Observatório Europeu do Sul e que liderou um destes estudos, explica que “poderíamos pensar que o influxo de meteoritos é uma mistura de todas as classes que observamos na cintura de asteroides, mas esse não é o caso de todo, é dominado por três asteroides fragmentados recentemente”.
Até agora, apenas a origem de 6% dos meteoritos que chegaram à Terra era conhecida, sendo a Lua, Marte e o asteroide Vesta as principais fontes. Agora, estes novos estudos desvendam a origem da grande maioria, o que pode ajudar os cientistas a perceber melhor os mistérios em torno dos primórdios do sistema solar.
Os estudos partiram de observações telescópicas de todas as principais famílias na cintura de asteroides, juntamente com simulações computadorizadas das colisões e evolução dinâmica destas. Com essa informação, aliada ao conhecimento da composição química dos meteoritos, os investigadores rastrearam o percurso e origem destes corpos até estas três famílias, que se separaram da cintura nos últimos 40 milhões de anos. Pierre Vernaza, outro autor dos estudos, explica que “estas grandes colisões não acontecem todos os dias – 30 a 50 milhões de anos parece ser a frequência, apesar de terem existido três grandes colisões nos últimos oito milhões de anos”.
A explicação de serem famílias de asteroides relativamente jovens a originarem estes meteoritos reside na tendência de haver fragmentos mais pequenos remanescentes das colisões e que apresentam uma maior probabilidade de colidirem uns com os outros, redirecionando alguns na nossa direção. “A cascata de colisões dentro destas famílias ainda está ativa e é por isso que dominam a produção de meteoritos”, conclui Marsset.