Astrónomos descobriram com algumas horas de antecedência que o astrónomo CAQTDL2 iria atingir a Terra. A descoberta foi feita com recurso ao Catalina Sky Survey da NASA e a colisão estava prevista para as 17h45, hora de Lisboa, para uma área a norte do arquipélago das Filipinas. A entrada devia acontecer a 17,6 quilómetros por segundo ou 63360 km/h.
Alan Fitzsimmons, da Queen’s University de Belfast, assevera que se trata de uma velocidade média para este tipo de objetos: “não se iludam com os filmes de Hollywood, onde podemos ver a coisa a aproximar-se nos céu e temos tempo para correr para dentro de casa, ir buscar o gato, saltar para o carro e conduzir para longe. Não temos tempo para isso”, cita o website New Scientist. “Um objeto deste tamanho não pode fazer qualquer dano no solo. Estamos protegidos com a atmosfera da Terra”, realça o especialista.
Naquela região do globo, à hora de entrada do asteroide, estavam muitas nuvens, o que fez com que não fosse visto por muitas pessoas no solo, embora circulem alguns vídeos cuja origem ainda está por confirmar.
O asteroide acabou por ser rebatizado para 2024 RW1 e, segundo Fitzsimmons, não é um caso único, havendo dois ou três objetos deste tamanho a chegar ao nosso planeta todos os anos. Este é o nono asteroide previsto correta e precisamente a atingir a Terra.
“O aspeto positivo é que estes telescópios são bons o suficiente para detetar estas coisas e dar-nos um aviso com alguma antecedência. Visto de outra forma, se este objeto fosse maior e constituísse uma ameaça para as pessoas em terra, seria muito mais brilhante e tê-lo-íamos visto muito antes. Portanto, esta é uma boa demonstração de que os atuais sistemas telescópicos estão a fazer um bom trabalho”, afirma o especialista.
Além da deteção antecipada, em 2022 a NASA provou com a DART (Double Asteroid Redirection Test) que pode ser capaz de defletir alguma ameaça e salvar o planeta de um impacto catastrófico, quando apontou ao asteroide Dimorphos e conseguiu abrandar a sua rota.