Já conduzimos a nova e mais dinâmica versão da MÓ 125, a scooter elétrica da Seat. A MÓ 125 Performance deverá chegar ao mercado português ainda durante o primeiro trimestre deste ano com um preço ‘chave na mão’ de cerca de €8800.
A submarca MÓ da Seat desenvolve soluções de mobilidade suave. O primeiro veículo MÓ foi uma trotinete elétrica, a MÓ 65, seguida pela MÓ 125 que já testámos, e que, segundo a Seat, já terá vendido mais de dez mil unidades globalmente. São veículos produzidos em parceria com fabricantes especializados nas referidas áreas. No caso das scooters, o parceiro da Seat é a Silence, que fabrica as motos em Barcelona. De acordo com as declarações de Lucas Casanovas, Diretor da Seat MÓ, a versão Performance teve um contributo maior dos engenheiros da Seat no desenvolvimento da moto, garantindo que “a versão Performance, testada na pista durante o seu desenvolvimento, acrescenta ainda mais emoção à gama graças ao seu contributo tecnológico e caráter premium, melhorando o desempenho, dinâmica, segurança e conforto”.
A base desta nova moto elétrica é a mesma da MÓ 125 já conhecida, mas foram feitas algumas melhorias na performance. No que concerne ao design, há duas novas cores exclusivas para esta versão: azul (Tarifa Blue) e cinza (Barcelona Grey). Os mais atentos vão notar que há um novo banco em alcântara, mais ergonómico, e que os travões e a suspensão são diferentes. Na MÓ Performance são usados discos e pastilhas de travões da Galfer e o amortecedor traseiro é fornecido pela Öhlins. Trata-se de um amortecedor com compressão e extensão ajustáveis, que também permite regular a pré-carga da mola.
A bateria mantém a capacidade da versão 125 ‘normal’, com 5,6 kWh, o que permite uma autonomia anunciada até 133 km. O tempo para carregar completamente a bateria é de cerca de seis a oito horas usando uma tomada doméstica. Uma das grandes vantagens da MÓ, a bateria amovível tipo ‘trolley’, mantém-se na versão Performance. O que significa que o utilizador pode deixar a moto estacionada na rua e carregar a bateria em casa ou no local de trabalho.
Outra particularidade desta moto é a capacidade para dois capacetes integrais debaixo do banco, um espaço de arrumação mais generoso que o habitual em scooters desta dimensão. Uma consequência direta da utilização de um motor do tipo hub: está instalado na própria roda.
Potência extra
Confirmámos com os técnicos da Seat que a versão Performance usa o mesmo motor da versão standard. Mas, graças a algumas otimizações, incluindo no software, foi possível aumentar a potência pico para 11,5 kW (a versão standard tem um pico de 9 kW). O que permite melhorar a aceleração, que baixa dos 3,9 para os 2,9 segundos dos 0-100 km/h. A velocidade máxima também aumentou, para 105 km/h, mais 10 km/h que a versão standard. Esta velocidade é atingível quanto ativamos o modo eBoost, opção que só está disponível se a velocidade de circulação for igual ou superior a 80 km/h e durante 30 segundos. Podendo ser ativado novamente após dois minutos. Trata-se, portanto, de um modo feito para ajudar nas ultrapassagens.

Primeiras impressões
Fizemos cerca de 50 km num circuito misto em Barcelona e arredores, incluindo estradas de serra e um pouco de autoestrada. Nota-se bem as diferenças dinâmicas desta versão Performance relativamente à versão standard. Mais na capacidade de travagem e suspensão. A Performance trava com mais segurança, embora continue a não oferecer ABS, e reage um pouco melhor em pisos irregulares. Talvez fosse necessário acertar o amortecedor traseiro para notar uma diferença maior. Com isto queremos dizer que, apesar de melhor, não nos parece que a suspensão da MÓ 125 seja uma referência.
Quanto à potência, a função e-boost nota-se bem em velocidades mais elevadas, já que ao pressionarmos o botão Mode acima de 80 km/h sentimos um género de ‘empurrão’. Mas gostaríamos de poder usar este modo em velocidades um pouco mais baixas, já que muitas vezes, a velocidade de partida para uma ultrapassagem é inferior a 80 km/h.
O banco em alcântara ‘agarra’ melhor o motard e é mais confortável. Aliás, no dia-a-dia, é provável que seja esta a diferença mais notória.
Quanto à tecnologia, há conectividade permanente à Internet, o que permite, por exemplo, verificar remotamente a autonomia restante e localizar a moto. A app também pode ser usada como chave.
Planeamos testar a MÓ 125 Performance logo que possível para podemos apresentar uma opinião mais fundamentada. Considerando este primeiro test drive, apesar das melhorias serem evidentes, temos dúvidas que justifiquem o acréscimo de preço superior a €2000 relativamente à versão standard (€6225). Até porque apesar de o custo energético por 100 km poder ficar bem abaixo de €1, será preciso acumular vários milhares de quilómetros para justificar o custo inicial relativamente a uma scooter a gasolina.