A arquitetura escolhida pela Honda para este SUV privilegia o modo de funcionamento em série, situação em que motor a gasolina não está ligado diretamente às rodas, mas apenas faz rodar o gerador que, por sua vez, alimenta o motor elétrico. Um modo a que a Honda chama Hybrid Drive e que, segundo a marca, permite uma melhor eficiência porque garante que o motor a gasolina trabalhe ao regime de rotação de maior rendimento – a energia elétrica em excesso é armazenada na bateria.
De acordo com a nossa experiência ao volante deste CR-V, os algoritmos dão prioridade a manter um nível de carga da bateria mínimo para garantir potência extra quando é para ativar o modo puramente elétrico em baixa velocidade, como é o caso das situações de trânsito intenso, que é o tipo de utilização que mais penaliza os consumos dos motores térmicos.
Tudo isto conjugado faz com que tivéssemos acabado o teste após 300 km de circulação mista (urbana e suburbana) com o computador a indicar um consumo médio de 5,4 litros/100 km. Bom considerando a dimensão, peso e prestações do carro e abaixo do valor indicado pela marca para o ciclo combinado (WLPT): 6,9 l/100 km. Não estamos habituados a conseguir consumos abaixo do anunciado.
Tecnologia pouco intuitiva
Há muitas funcionalidades a bordo, incluindo um sistema de navegação completo, que pode ter acesso a informação de trânsito em tempo real, e algumas apps com destaque para o serviço de streaming Aha. Tudo disponível num ecrã tátil generoso q.b.. O problema está na interface. O sistema não é muito intuitivo, com uma forma de organização de menus que não nos parece muito bem-adaptada à realidade automóvel. Felizmente, há algumas melhorias, com destaque para a roda de controlo de volume que substitui a pouco funcional corrediça tátil do CR-V anterior. O ecrã também nos pareceu um pouco mais reativo ao toque.
Felizmente, há suporta para Apple CarPlay e Android Auto, o que dá garantias de maior longevidade. Enquanto usávamos o Waze através de Android Auto fomos surpreendidos pela positiva com a informação gráfica complementar que surge no painel de instrumentos: os ícones e informação sobre as próximas manobras. Pelo que observámos, este sistema “baralha-se” em algumas rotundas, mas gostámos muito desta capacidade de integrar a navegação de uma app via Android Auto na informação que surge no painel de instrumentos.
De valorizar é, também, a quantidade e variedade de tecnologias relacionadas com a segurança, muitas delas fornecidas de série no nível de equipamento Lifestyle. Há cruise control adaptativo com capacidade para funcionar em baixa velocidade, travagem automática para evitar acidentes frontais, câmara traseira, alerta de transposição acidental de faixa de rodagem, sistema ativo de manutenção na faixa de rodagem, alerta de ângulo morto, monitorização de trânsito lateral (deteção de veículos que se aproximam em manobras de marcha-atrás)… Muita tecnologia que ajuda a mantermos a família segura.
Alternativa ao gasóleo
Os consumos medidos demonstram, uma vez mais que os veículos híbridos com motor a gasolina são uma boa alternativa aos veículos com motores Diesel. Se não tem como carregar um veículo elétrico (híbrido plug-in ou 100% elétrico) e procura um SUV familiar, o CR-V híbrido é uma proposta aliciante. Ainda mais porque tem uma qualidade de construção assinalável, bom isolamento acústico, espaço e conforto a bordo, prestações muito satisfatórias e muita tecnologia na área da segurança.
Tome Note
Preço: desde €45.400
Características
Potência 145/184 CV (gasolina/elétrico) ○ Binário 175/315 Nm ○ Acel. 0-100 km/h: 9,2 s ○ Vel. máx 180 km/h ○ Consumo indicado: 7,3 l/100 km (medido: 5,4 l/100 km) ○ 4,600xx2,117×1,855 (CxLxA)
Interface Fraco
Navegação Bom
Comunicações Bom
Aux. à condução Muito bom
Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4
Global: 4
Conteúdo originalmente publicado na Exame Infomrática n.º 289