A IAEA (Agência Internacional de Energia Atómica) sugere aplicar novos métodos mais rápidos para identificar e autenticar a origem de produtos alimentares, como o azeite, para evitar fraudes neste setor. Com as vagas de calor e secas a afetar a quantidade e qualidade das azeitonas produzidas na Europa, tem crescido um mercado negro paralelo, onde proliferam fraudes com azeite de baixa categoria a ser rotulado como virgem ou virgem extra.
Métodos como a espectroscopia de quase-infravermelhos e outras técnicas permitiram, nos EUA, detetar a diferença entre azeite virgem extra da Eslovénia e outros países, com uma precisão entre os 86 e os 93%. Outros métodos foram aplicados para distinguir entre diferentes colheitas e tipos de azeite do Líbano. A investigação foi conduzida num laboratório conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da IAEA e analisou 64 azeites virgem extra, recolhidos ao longo de dois anos na Eslovénia, Itália, Grécia, Tunísia e Espanha.
O comunicado da IAEA explica que a análise química não destrutiva FT-NIR (de Fourier Transform near-infrared spectroscopy) passa por incidir um feixe com luz em múltiplas frequências sobre a amostra e medir a absorção de luz quase infra-vermelha. Os investigadores aplicaram ainda um tipo de cromatografia com gás, que resultou numa matriz 2D que é depois comparada com outras amostras ou com uma amostra de base.
Este trabalho faz parte de uma iniciativa maior que pretende desenvolver mais testes de autenticação de produtos alimentares. A abordagem aqui usada tem as vantagens de oferecer elevado detalhe, baixos custos operacionais, necessitar de pouca ou nenhuma preparação das amostras e não necessitar de químicos ou laboratórios especializados.