É conhecida a história do nascimento da Internet no CERN, Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, em Genebra. Corria o ano de 1989 e o cientista computacional inglês Tim Berners-Lee precisava de um sistema de partilha de informação para garantir a circulação dos dados das experiências de física de partículas. Nesta altura estaria bem longe de imaginar a verdadeira revolução que dali viria. E também que a invenção viria a ser usada para o mal.
Comparando os e-mails às boas, e agora ultrapassadas, cartas, a equipa de segurança computacional do CERN divulgou um alerta sobre os cuidados a ter com a caixa de correio eletrónico.
Para início de conversa, os peritos recordam que os e-mails ainda seguem os princípios técnicos das cartas: “enquanto o endereço do destinatário deve estar 100% correto para chegar com segurança ao seu destino, o remetente pode ser quem se quiser. Um nome verdadeiro ou falso, uma organização real ou imaginária. Os remetentes de e-mail podem ser falsificados. Não dizem nada sobre o remetente”, sublinham.
“Ao receber um e-mail não confie no suposto remetente. Analise o pacote inteiro. O seu conteúdo. Os pensamentos e o romantismo, se houver, posto nas palavras. O seu significado. A forma como se ligam a si. À sua vida pessoal. Aos seus deveres profissionais. Existe uma ressonância? Uma correspondência? Está escrito numa língua em que fala? Ou, simplesmente, o e-mail faz sentido para si?”, escrevem os responsáveis. Pode parecer demasiado elementar, mas os recentes, e múltiplos, ataques a empresas e particulares vêm provar que há por aí muito utilizador incauto. “Lembre-se que nem o Justin Bieber nem a Britney Spears têm o hábito de andar a enviar nudes e que é pouco provável que o seu ex-marido/mulher lhe envie cartas de amor”, atiram. Pedidos de dinheiro e ameaças devem também fazer soar imediatamente o alarme.
À mínima dúvida, “pare, pense, não responda”. Não abra anexos, não carregue nos links. E experimente regressar ao papel de carta, envelope e selo do correio.