O Central Solenoid (solenoide central, em tradução livre) demorou dez anos a construir e vai ser o maior íman do mundo, medindo 18 metros de altura, 4,6 metros de largura e pesando mais de mil toneladas. O sistema é composto por seis módulos, cada um com 110 toneladas, e vai ser instalado no Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER no acrónimo em inglês), destinando-se à produção de energia por fusão nuclear. O íman serve para movimentar e formar o fluxo de plasma necessário para que ocorra a fusão de átomos.
A General Atomics já começou a enviar o primeiro módulo do maior íman do mundo para o sul de França para ser feita a instalação no ITER. Em breve, se tudo correr conforme planeado, estará pronto o maior reator nuclear de fusão do mundo.
O projeto do ITER conta com 35 nações parceiras que se encarregam de financiar uma parte da tecnologia, da investigação e desenvolvimento necessários para esse componente. O íman Central Solenoid é a maior participação dos EUA até à data, noticia a Popular Mechanics. Até agora, nenhum reator de fusão conseguiu produzir mais energia do que aquela que consome, representando um desafio na produção de energias limpas. Os investigadores pretendem conseguir fazê-lo com o ITER e comprovar que a fusão nuclear pode ser uma fonte de energia limpa, em direção a um futuro livre de carbono. Este reator não vai servir para produzir eletricidade, mas sim para ser uma plataforma de testes para tecnologias integradas, materiais e regimes de física necessários para a produção comercial de energia, explicaram os responsáveis do ITER.
O íman Central Solenoid é fundamental para o projeto do ITER e é descrito como sendo o ‘coração’ do sistema, servindo para induzir, conter e moldar o plasma quente que gera a energia. “No seu núcleo, vai ser conseguido um campo magnético com a força de 13 Tesla, cerca de 280 mil vezes mais forte que o campo magnético da Terra. As estruturas de suporte do Central Solenoid terão de resistir a forças equivalentes ao dobro da propulsão necessária para o lançamento de um vaivém espacial”, explica o ITER em comunicado.
Começou agora o processo de envio do primeiro de seis módulos que irão constituir o sistema magnético, com recurso a veículos pesados especializados e durante um percurso com várias etapas. O primeiro módulo deve sair de Houston de navio em julho e chegará a França em finais de agosto. A etapa de transporte terrestre deve acontecer em setembro, através de uma estrada especial no Sul de França.