O Município de Lisboa conta instalar até ao final de 2020 uma rede sem fios para uso de entidades públicas e privadas, ou da população em geral. A rede deverá operar nas frequências de 868 MHz, com base na tecnologia LoRa (acrónimo de Long Range), que pode ter grandes alcances, mas costuma ser usada para comunicar dados que não exigem muita largura de banda. Além de aberta a qualquer entidade ou cidadão, a rede não deverá ter custos para os utilizadores. O procedimento para a escolha da empresa que deverá implementar e gerir a futura rede LoRa deverá ficar concluído até ao final do primeiro semestre de 2020.
“Para usar esta rede bastará um registo numa plataforma on-line. O nosso objetivo é lançar uma rede aberta que promove a sensorização. Pode ser uma coisa tão simples como um sensor de rega, ou um sensor industrial de uma empresa. Não vamos recolher dados pessoais, e a rede que vamos usar não vai permitir a recolha de vídeo. Até porque a quantidade de dados transmitida é reduzida”, informa João Tremoceiro, Diretor do Centro de Gestão e Inteligência Urbana de Lisboa, quando questionado pela Exame Informática.
O município lisboeta conta enviar convites a várias entidades que operam no setor das tecnologias a fim de apurar potenciais candidaturas para a instalação de antenas e gestão da rede.
Com a aposta na rede LoRa, o município lisboeta pretende seguir os passos de outros municípios europeus que instalaram redes LoRa para ligar diferentes equipamentos e sensores, e que disponibilizam essa conectividade a outras entidades, como forma de fomentar a automação ou a partilha de dados estatísticos que ajudam à gestão do espaço urbano.
“Acredito que é uma rede que poderá ligar muitos milhares de sensores. Não prevejo que se esgote essa capacidade antes dos próximos dois ou três anos. Mas se essa capacidade se esgotar será um bom problema… que levará o Município a aumentar a capacidade da rede LoRa. Trata-se de uma tecnologia com custos relativamente baixos”, conclui João Tremoceiro.