Engenheiros da equipa de Fórmula 1 da Mercedes e da Universidade de Londres concluíram em ritmo de contra contrarrelógio a engenharia reversiva de um sistema de apoio à respiração que poderá ser aplicado em doentes de Covid-19, sem anestesia ou procedimentos associados à entubação. O protótipo, que foi criado em menos de 100 horas, já recebeu a necessária certificação da Entidade Reguladora para os medicamentos e equipamentos médicos, informa um comunicado conjunto dos criadores da nova ferramenta de apoio a doentes com dificuldades de respiração.
O equipamento foi desenhado tendo por referência um modelo que não está protegido por patente. Uma vez comprovada a validade do projeto, o sistema de apoio à respiração vai começar a ser fabricado com o objetivo de equipar as diferentes unidades de saúde das ilhas britânicas, que terão atualmente falta deste tipo de dispositivos.
Os dispositivos agora desenvolvidos têm por base uma tecnologia conhecida por Pressão Aérea Positiva Contínua (CPAP, na sigla em inglês). Os equipamentos não são propriamente novidade – e há mesmo quem tenha os tenha em casa. O apoio à respiração é feito através de uma máscara que cobre nariz e boca e que fornece oxigénio e ar atmosférico, mantendo as vias respiratórias abertas.
Além de serem menos complexos do ponto de vista do uso e dos requisitos clínicos, os novos sistemas de apoio à respiração têm a vantagem de poderem ser usados em casos de gravidade intermédia. O que torna estes equipamentos potenciais alternativas aos ventiladores, que enviam oxigénio diretamente para os pulmões através de tubos, e mediante anestesia.
De acordo com a estatísticas provenientes de Itália, metade dos doentes que usaram esta nova ferramenta dispensaram o uso dos ventiladores. Com este projeto, os investigadores da Mercedes e da Universidade de Londres contam poder agora suprir a escassez de dispositivos CPAP no sistema de saúde britânico.