Vivemos um momento paradoxal no mundo laboral: os trabalhadores perdem poder de compra há meses e poder negocial há décadas. No entanto, quando haveria mais motivos para contestação, os sindicatos continuam a sangrar, perdendo peso e número de membros. Como chegámos até aqui? O que podem os sindicatos fazer diferente?
Essa aparente contradição é ainda mais difícil de explicar quando os dados mostram que os sindicatos dão um impulso aos salários e às carreiras dos trabalhadores. Thomas Lemieux, professor na Universidade de British Columbia, no Canadá, explica à EXAME que “o consenso geral é que os sindicatos têm um efeito positivo nos salários e nas condições dos trabalhadores” e que, “no contexto da América do Norte, os dados sugerem que os sindicatos levam a um aumento de 10% a 15% nos salários”.