João Martins (CEO Logicalis): “O prémio Global da Cisco na categoria de Enterprise Networking assemelhou-se a um prémio de carreira”

Nesta conversa, ambos referem a importância do prémio, o seu impacto na parceria e revelam estratégias futuras; além de analisarem detalhadamente os elementos essenciais para o êxito alcançado e sublinharem o comprometimento constante com a inovação e com a sustentabilidade.

Enquanto CEO da Logicalis Portugal, como descreve a importância do prémio Cisco Enterprise Networking & Meraki Partner of the Year, numa categoria tão relevante e emblemática para a Cisco?

João Martins: Sinto um orgulho imenso, na nossa equipa e na nossa performance. Após 23 anos de evolução e trabalho termos conseguido alcançar um prémio global da Cisco. Prova que não há impossíveis, mesmo em economias de menor dimensão.

Que impacto é que este prémio teve para a Logicalis tanto local, como globalmente?

João Martins: O prémio foi muito valorizado na comunidade Cisco, que conta com mais de 30 mil parceiros, entre os quais apenas 15 recebem este tipo de distinção. É um prémio que tem um reconhecimento muito grande a todos os níveis e vai sobretudo dar-nos mais motivação. É a confirmação de que quando trabalhamos bem, com qualidade, quando estamos preparados, focados e nos especializamos, é possível conquistar este tipo de prémios que normalmente só estão ao alcance de parceiros noutras geografias e em economias com outra dimensão.

Quais foram os principais elementos que contribuíram para a vitória nesta categoria? E quais os maiores desafios superados?

João Martins: Esta categoria é muito importante e às vezes esquecemo-nos dela, porque é uma categoria que, no final do dia, prepara toda a conectividade e infraestrutura para outros tópicos tão importantes como a inovação e a sustentabilidade. É, por exemplo, através dos smart buildings e de toda a preparação dessa conectividade que conseguimos dar aos clientes a hipótese de serem cada vez mais sustentáveis e trabalharmos também nessa área (que acabou por ser outro prémio que a Logicalis ganhou). Daí achar que a Cisco teve muita coragem porque conseguiu diferenciar um parceiro numa economia de menor dimensão, através da inovação e da meritocracia.

Em que medida é que a parceria com a Cisco tem sido estratégica para o sucesso da Logicalis Portugal?

João Martins: Eu podia aqui contar uma história diferente, mas a Cisco faz parte do nosso ADN. Foi sempre a nossa decisão desde o início da companhia trabalhar com a Cisco e em exclusividade com a Cisco no portfólio que esta tem. Naturalmente, temos outros fabricantes muito importantes que complementam a nossa oferta, mas estrategicamente, este tem sido o nosso percurso.

Acreditámos durante 23 anos, e mesmo sabendo que o caminho não se faz só com prémios, ainda assim a Cisco tem-nos dado muitas alegrias. Há cerca de 12 ou 13 anos, fomos galardoados com uma distinção que me deixa muito orgulhoso enquanto Premier Partner da Europa, e que foi o prémio provavelmente com o maior destaque antes deste. Na altura, os nossos concorrentes disseram que devíamos tirar o máximo proveito daquela situação, porque a partir do momento em que fossemos Gold Partners, seria impossível ganhar outro tipo de distinção.

Relativamente a este prémio de 2023, não só ganhámos na Europa, como a nível mundial; e portanto, isso faz obviamente que tenhamos muito orgulho no mesmo. A Cisco representa 85% da nossa faturação direta e indireta, portanto, acho que isto diz tudo.

É inequívoca a importância que a Cisco teve no nosso passado, que tem hoje e que vai ter no nosso futuro. Acreditamos que o caminho é este, e obviamente, cada vez mais passando pelos Serviços Geridos. Atualmente trabalhamos com mais fabricantes, já somos mais abrangentes, gerimos toda a complexidade do cliente, mas no nosso ADN obviamente que a Cisco está e estará sempre presente.

Como descreve a parceria entre a Logicalis Portugal e a Cisco? E que fatores mais contribuíram para a obtenção do prémio global a partir de Portugal?

Miguel Almeida: A Logicalis Portugal é um parceiro Gold da Cisco com múltiplas especializações a nível de arquiteturas tecnológicas e soluções. A estratégia das duas empresas é coincidente em várias áreas, nomeadamente nos Managed Services e no conceito de Co-Sell & Ecossistema.

Na área de serviços geridos, a Logicalis desenvolveu uma plataforma diferenciadora, a “Managed Digital Fabric”, para ajudar os clientes a reduzirem a complexidade e a otimizar os investimentos feitos. Esta plataforma dá ao cliente uma visão centralizada dos vários layers da sua infraestrutura digital (no que toca a conectividade, cloud, segurança e workplace) – disponibilizando informação sobre todos os seus serviços, respectivos consumos e ajudando na melhoria da performance.

Também na área de Co-Sell & Ecossistema a Logicalis tem vindo a desenvolver projetos transformadores, como por exemplo, a integração de soluções de Smart Building, com o SD-Access da Cisco, tendo o objetivo de aumentar a eficiência operacional e sustentabilidade.

Quais são os planos futuros da Cisco, em termos de colaboração com parceiros como a Logicalis, especialmente considerando as rápidas mudanças no setor tecnológico?

Miguel Almeida: Achamos que o futuro nos vai trazer uma crescente digitalização de todos os sectores, e por isso uma maior dependência global da tecnologia. Se combinarmos isto com uma escassez cada vez maior de recursos humanos qualificados e uma oferta tecnológica também cada vez mais complexa, podemos antecipar que vão surgir novos desafios; e acreditamos que a Cisco, e os seus parceiros, têm a estratégia certa para ajudar os clientes a endereçá-los. Algumas das nossas áreas de aposta são:

• Plataforma: Foco em infraestrutura convergente para simplificar operações e gestão do IT, destacando automação e telemetria, para que o cliente se foque nos seus use cases.
• Segurança: Abordagem proativa diante do crescente e complexo número de ciberataques, enfatizando a necessidade de informação coerente e correlacionável. Destacando a framework de segurança da Cisco e a vantagem única de visibilidade global e capacidade de resposta, dado que 82% do tráfego mundial passa por equipamentos Cisco.
• Lifecycle: Juntamente com os parceiros, esta componente visa o acompanhamento do cliente durante todo o ciclo de vida da sua infraestrutura, trabalhando para a otimização das tecnologias e dos investimentos feitos; preparando o cliente para qualquer desafio futuro.
• Managed Services: Desenvolvimento de Cisco Managed Services pelos parceiros, para permitir flexibilidade na adoção de tecnologia, superando os desafios de escassez de recursos.
• Sustentabilidade: O compromisso da Cisco com a sustentabilidade tem quase 20 anos, e o próximo objetivo é atingir Net Zero em emissões de gases de estufa até 2040, com validação pelo Science Based Targets initiative (SBTi). Esta estratégia estende-se a áreas como o fabrico sustentável, certificação de sustentabilidade para parceiros e programas de financiamento que promovem uma Economia Sustentável.

Além do prémio na categoria de Enterprise Networking & Meraki atribuído à Logicalis Portugal, o grupo Logicalis também venceu um Global Award na categoria de Sustentabilidade. Como é que empresa aborda a sustentabilidade e qual é a importância desta vitória?

João Martins: Este prémio é muito relevante, acima de tudo porque é a primeira vez que a Cisco tem esta categoria. E eu acho que isto demonstra um foco muito grande da Logicalis neste tópico, que passou a ser um tópico “trendy”, mas que é realmente de muita importância.

Referi há pouco que a categoria de Enterprise Networking prepara para que a sustentabilidade seja possível do ponto de vista da conectividade e da infraestrutura. Considero da maior importância a ajuda que damos aos nossos clientes a nível do desenho e da preparação de todas as soluções, no sentido de lhes possibilitarmos a redução da pegada de carbono.

Portanto, temos um papel fundamental. Sendo uma categoria pioneira, é um enorme orgulho e acho que o grupo Logicalis fez um trabalho extraordinário a nível global. O Robert Bailkoski (CEO do grupo Logicalis) tem encabeçado esta estratégia internamente, e eu acho que tem feito um trabalho incrível. O recebimento deste prémio a nível global vai motivar as pessoas da Logicalis que têm feito este percurso com ele; e é a prova que estamos no caminho certo e que podemos fazer negócios com mais qualidade e com a preocupação ambiental presente.

Tendo obtido resultados tão bons este ano, como é que fica a fasquia para o próximo ano fiscal, nestas categorias e noutras?

João Martins: Existe uma grande competitividade entre os parceiros Cisco, e a obtenção dum prémio com esta relevância acaba por colocar pressão para nos mantermos neste nível. Em tom de brincadeira, os outros nomeados e a própria Cisco, perguntaram imediatamente quais seriam as categorias de aposta nos próximos anos e consequentemente os próximos prémios.

Acho que era super importante, para o trabalho que temos feito do ponto de vista de Managed Services, e de Segurança (inclusivamente com o SOC do grupo Logicalis a vir para Portugal), podermos a médio prazo, a nível regional, ver os nossos esforços e qualidade serem reconhecidos também nestas categorias. Seria um passo muito importante termos esse reconhecimento.

Do ponto de vista estratégico este é o caminho e vamos trabalhar para isso, demore um, dois, três, quatro ou cinco anos. Portanto, temos uma nova motivação.

O prémio de Enterprise Networking assemelhou-se a um prémio de carreira, porque sempre foi um objetivo desta companhia poder estar no grande palco, com um país como Portugal e provar que temos uma equipa fantástica, que somos tão bons ou melhores que os outros, e isso orgulha-me muito.

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