Qual foi o impacto deste último abalo da “Operação Picoas” sobre a empresa e sobre si?
É, de facto, uma situação que estamos a encarar com grande nível de seriedade e que implicou tomarmos uma série de medidas, que tornámos públicas: seja de reavaliação dos fornecedores, afastamento de alguns executivos da companhia não apenas em Portugal mas também noutras geografias; e temos, neste momento, ainda uma auditoria interna a decorrer, liderada por entidades internacionais credenciadas. Acho que esta empresa, e esta casa, que conheço muito bem porque já estou cá há 20 anos – apesar de ter estado fora nos últimos oito anos –, tem uns fundamentos muito sólidos. Anunciei, em fevereiro, o plano estratégico da empresa, definimos para onde queremos caminhar e, apesar dos abalos, esses planos são feitos para conseguirem manter-se mesmo apesar dos obstáculos. Apesar dos impactos, muito mediáticos, que têm sempre um reflexo, isso não nos afasta do nosso plano e do nosso curso. Reforça-nos a coesão dentro da equipa, de querer fazer e de sermos bem-sucedidos. Se olhar para os resultados de como fechámos o mês de julho – que foi quando ocorreu o evento –, o mês de agosto e como eu vejo a evolução do mês de setembro, a nossa performance continua robusta, acelerámos em alguns KPI (key performance indicators) operacionais, e isso obviamente vai ter um reflexo positivo na performance financeira. E, na semana passada, anunciámos algumas novidades que já estavam a ser trabalhadas há muito tempo. Não nos afastamos do nosso rumo e de para onde queremos ir. É óbvio que são momentos de resiliência, em que eu, como líder, tenho de manter a equipa mobilizada, focada no que é importante, que é salvaguardar os interesses dos nossos stakeholders, dos colaboradores obviamente, mas fundamentalmente dos nossos clientes, que são a nossa métrica e o nosso padrão. E, aí, acho que estamos totalmente descansados.