No espaço de um ano, o número de pessoas no mundo que tinha uma fortuna avaliada em mais de 1 milhão de dólares aumentou 8,8%, elevando a legião de milionários a nível global para próximo dos 20 milhões – mais concretamente 19,6 milhões. Juntos, tinham 74 biliões de dólares, um aumento homólogo também na ordem dos 9%.
Os dados constam do World Wealth Report 2020, um relatório divulgado esta quinta-feira, 9 de julho, pela consultora Capgemini. Por regiões, a Ásia Pacífico é a que concentra maior número de pessoas com este pecúlio – 6,5 milhões -, seguido da América do Norte, com 6,3 milhões. O ranking deste ano traz, porém, uma surpresa: pela primeira vez em sete anos, a América do Norte superou a Ásia Pacífico em termos de ritmo de crescimento anual: 11% contra 7,9%, respetivamente.
A América do Norte também volta a aproximar-se da Ásia em termos de riqueza total (21,7 biliões de dólares contra 22,2 biliões), enquanto a Europa, o terceiro continente mais rico, engordou a carteira em 1,3 biliões de um ano para o outro, para 16,7 biliões de dólares.
O relatório, que não discrimina dados para Portugal, coloca o número de milionários na Europa nos 16,7 milhões, ou seja mais 1,3 milhões que em 2018, uma subida anual de 8,8%. Aqui ao lado, em Espanha – um dos países analisados – houve mais 11 mil milionários de um ano para o outro, passando para 235 mil. Itália conta mais 23 mil milionários, a Alemanha mais 116 mil e França mais 67 mil.
Estes números são resultado de um inquérito realizado em 71 países que, combinados, respondem por 98% do rendimento bruto global e 99% da capitalização bolsista mundial. Quase dois terços dos milionários eram originários de quatro países: Estados Unidos, Japão, Alemanha e China, que congregavam cerca de 12 milhões de pessoas com esse património.
A grande parte da população que consta deste retrato, cerca de 17,7 milhões, tem uma riqueza entre 1 e 5 milhões de dólares. Há depois 1,76 milhões com uma fortuna avaliada entre 5 e 30 milhões de dólares. Os super-ricos, com mais de 30 milhões de dólares, são uma minoria na amostra: 183,4 mil, menos de 1% do total. Mas têm um terço da riqueza total destes três escalões.
Entre 2012 e 2019, apenas num ano – 2018 – o número de milionários caiu. Os dados deste ranking não refletem, no entanto, o possível impacto da pandemia do novo coronavírus no património destes milionários a nível mundial, algo que só deverá surgir na edição de 2021.