A retalhista sueca anunciou esta terça-feira, 4 de janeiro, que vai encerrar a sua loja de sete andares em Coventry, uma das maiores unidades da Ikea no Reino Unido. É a primeira vez em 33 anos, altura em que começou a ter presença naquele país, que a gigante dos móveis fecha uma loja no Reino Unido.
A decisão, avança a Sky News citando um comunicado da empresa, vai provocar a perda de 352 postos de trabalho. “A loja foi construída em sete níveis, o que representou um impacto significativo nos custos operacionais da loja e na experiência de compra para o consumidor”, lê-se na nota oficial enviada pela retalhista.
A loja de Coventry abriu em 2007, mas tem sofrido com a mudança de comportamento dos consumidores, que passaram a preferir as compras online e os grandes complexos industriais para fazer as suas compras, referem ainda os responsáveis da Ikea. A multinacional junta-se assim a outras grandes empresas como as cadeias de supermercados Sainsburys e Asda e a gigante de puericultura Mothercare que já anunciaram fechos de lojas ou cortes nos postos de trabalho.
A notícia da Ikea surge apenas 4 dias depois de o Reino Unido ter abandonado formalmente a União Europeia, embora as autoridades continuem a negociar os termos do acordo de saída daquele país do bloco económico, mais de 40 anos após a sua adesão.
A Ikea, que abriu a sua primeira loja do Reino Unido em Wembley, conta atualmente com 22 lojas em todo o país, e tem estado a experimentar novos modelos de ponto de venda, alguns dos quais passam por ser apenas pontos de recolha no centro das cidades – algo que deverá, aliás, testar em Portugal brevemente.
Portugal inalterado
Em Portugal, a Ikea conta atualmente com cinco lojas e nove pontos de recolha em zonas industriais. No ano passado, em entrevista à EXAME, a CEO para o mercado português, Helen Duphorn, revelava que a aposta no digital seria uma obrigatoriedade no curto prazo. “As pessoas estão muito digitais, no geral”, referia a responsável à época.

Foto: Luís Barra
“E se o e-commerce descolar, então estaremos nesse barco. Podemos pensar em soluções como pick-up point e, quem sabe, lojas com formatos mais pequenos”, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas. “A nossa prioridade é a área da grande Lisboa e depois Porto, mas queremos estar acessíveis a pessoas em todo o País. Eu quero que seja possível a qualquer português comprar na Ikea se quiser, através da internet, pelo que poderá haver pick up points ou lojas mais pequenas com outro conceito, em outros lugares”, admitia Duphorn.
Para já, não há quaisquer indícios de que a atividade em Portugal vá sofrer quebras ou fechos de lojas da retalhista sueca, que se tornou conhecida por vender móveis em embalagens planas, mais baratas e fáceis de transportar, e que podem ser montadas em casa pelos próprios utilizadores.