A PSA, dona das marcas Peugeot, Citroen, DS e Opel, anunciou que está em negociações com a FCA – que controla a Fiat, Chrysler, Alfa Romeo, Jeep, Lancia e Maserati – para uma possível fusão entre os dois grupos. Juntas, as duas empresas irão criar o quarto maior conglomerado automóvel do mundo, com vendas acumuladas de 8,7 milhões de carros e uma faturação da ordem dos 170 mil milhões de euros.
As negociações ainda decorrem, mas a PSA admitiu em comunicado que ambos os grupos ficarão com 50% da nova empresa que resultar deste acordo.
O português Carlos Tavares, presidente da PSA, admite que o a fusão “criará um valor significativo para os acionistas e abre um novas perspetivas de futuro para a nova empresa que venha a ser criada”. Numa primeira análise, a fusão permitirá sinergias anuais da ordem dos 3,7 mil milhões de euros. Ambos os grupos já reafirmaram que estas sinergias não se traduzem no fecho de qualquer unidade fabril das marcas.
A sinergias serão sobretudo do ponto de vista tecnológico e de mercados onde cada uma das marcas está presente. Por exemplo, a FCA ainda está muito atrasada a desenvolver carros adaptados às novas e muito rígidas normas de emissões da União Europeia, podendo beneficiar das plataformas modernas que o Grupo PSA já desenvolveu. Por outro lado, o Grupo PSA tem uma atividade muito limitada à Europa, passando agora a beneficiar da força que a FCA tem nos mercados norte-americano e na América Latina, através das marcas Chrysler e Jeep.
Com estas sinergias, o grupo fica agora com mais verbas para novos investimentos em plataformas de mobilidade e no desenvolvimento dos futuros carros autónomos.
Carlos Tavares será o presidente executivo da empresa que resultar da fusão, enquanto o neto do fundador da Fiat, John Elkman, ficará como chairman, cargo que ocupa atualmente na FCA. A nova empresa ficará sediada na Holanda e estará admitida à cotação nas bolsas de Nova Iorque, Paris e Milão.
Já o atual presidente executivo da FCA, Mike Manley, ficará como número dois da administração. “Estou entusiasmado por poder trabalhar com Carlos Tavares e a sua equipa. Temos um longo historial de cooperação com o Grupo PSA e estou convencido que, juntos, poderemos criar uma empresa de mobilidade de classe mundial”, afirmou o gestor.
Há cinco meses, a FCA tentou negociar uma fusão com a Renault, mas o negócio acabou por não se concretizar.