As famílias portuguesas consumiram mais. Foi esse o principal fator por trás do maior ímpeto da economia nacional entre abril e junho deste ano. Segundo o INE, nesses mesmos meses, observou-se uma desaceleração do investimento e a procura externa líquida – exportações subtraídas de importações – continuou a dar um contributo negativo.
“A procura interna registou um contributo mais positivo, em resultado da aceleração do consumo privado, enquanto o Investimento apresentou um crescimento menos acentuado, determinado em larga medida pela diminuição da Formação Bruta de Capital Fixo em Material Transporte, refletindo o efeito base da forte aceleração verificada no 2º trimestre de 2017. A procura externa líquida apresentou um contributo negativo idêntico ao observado no trimestre anterior”, pode ler-se no destaque do INE.
Depois de ter avançado 2,1% no primeiro trimestre, nos primeiros seis meses do ano, a economia portuguesa está assim a crescer em torno dos 2,2%. Ligeiramente abaixo da previsão do Governo para a totalidade do ano (2,3%). Recorde-se que, no ano passado, o PIB aumentou 2,7%. O maior crescimento desde 2000.
Numa análise em cadeia – isto é, comparando este segundo trimestre com o primeiro – houve também uma ligeira aceleração do crescimento, de 0,4% para 0,5%. Nesta óptica, a procura externa líquida deu um contributo menos negativo, com a soma do consumo e do investimento a manter o mesmo contributo positivo.
Afinal a Europa cresceu mais do que se pensava
Também esta manhã, o Eurostat reviu em alta a sua previsão de crescimento para a Zona Euro, concluindo agora que o conjunto dos países da moeda única cresceu 2,2%, ligeiramente abaixo do valor observado em Portugal. Ainda assim, trata-se de um arrefecimento no euro, cuja economia tinha avançado 2,5% no primeiro trimestre do ano.
As economias com melhor comportamento entre abril e junho são a Letónia, Chipre, Eslováquia e Lituânia. Os quatro países cresceram a um ritmo alto, com variações do PIB entre 3,7% e 4,2%. Do lado oposto do espectro, a Itália continua a desiludir, crescendo apenas 1,1%.