No comunicado enviado no final da missão do Artigo IV, os responsáveis do FMI notam que “as perspetivas de Portugal continuam favoráveis no curto prazo”, ainda que os riscos externos tenham aumentado recentemente. Na vertente orçamental, o défice do ano passado ficou “muito abaixo” do objetivo (excluindo a recapitalização da CGD), graças à aceleração da economia e um saldo primário estrutural em terreno positivo pelo sexto ano consecutivo.
“Para 2018, a continuação do enfoque no controlo da despesa e a manutenção do ímpeto cíclico da economia torna o objetivo de défice de 0,7% do PIB possível”, pode ler-se no comunicado enviado hoje às redações. “O forte desempenho fiscal gerou um contágio importante na economia, como spreads de risco mais baixos, o que tende a beneficiar a maior parte dos credores.”
Esta opinião parece ser reforçada pela melhoria que o Fundo identifica na estabilidade financeira, com reforços dos rácios de capital e recuos do crédito malparado, com a concessão de empréstimos a aumentar. Ainda assim, o FMI avisa que são necessários mais progressos para “fortalecer a rentabilidade dos bancos” e que é preciso continuar a acompanhar a evolução do preço das casas, “dada a importância eu as hipotecas têm no balanço dos bancos”.