Em dez dias, os ministérios da Economia e dos Negócios Estrangeiros aprovaram, através da AICEP, a realização de três investimentos nas áreas do automóvel e das tecnologias de informação, que totalizam 66,7 milhões de euros e têm potencial para a criação de 1 628 empregos.
Em causa estão, segundo três despachos publicados esta quarta-feira, 9 de maio, em Diário da República, investimentos da Renault no fabrico de uma nova caixa de velocidades na fábrica de Cacia, de um consórcio liderado pela Peugeot-Citroën para melhorar a produção na fábrica de Mangualde e da Vision Box para facilitar o tráfego de passageiros nos aeroportos. Os documentos foram assinados entre 13 e 23 de abril passados.
No caso da Renault o Executivo dá luz verde a um investimento de 47,9 milhões de euros para aumentar a capacidade da fábrica de Cacia, destinada à produção de uma caixa de velocidades “única” no mundo para a Renault e grupo Renault-Nissan. Além da caixa JT4, destinada a veículos ecoeficientes, a unidade industrial fabricará ainda componentes para outras duas caixas de velocidades (TX 26 e TX 30), originando 10 novos postos de trabalho e com potencial para criar mais de 1.250 empregos indiretos até 2021, lê-se no despacho.
O investimento liderado pela Peugeot-Citroën (PSA), a realizar até 2021, envolve ainda as empresas Active Space Technologies (de Coimbra), Critical Manufacturing (Maia), Neadvance (de Braga), RARI (Moita), Motofil Robotics (Ílhavo) e as universidades do Porto, da Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro. O montante a aplicar no projeto, denominado Indtech 4.0, ascende a 9,2 milhões de euros, destinando-se a aumentar a produtividade e a automatização da fábrica de Mangualde para melhorar a competitividade desta unidade no universo PSA. Além das 18 contratações para I&D, o projeto poderá acrescentar 131 novos profissionais altamente qualificados.
Já o projeto Smarty Flow, protagonizado pela Vision Box – empresa que desenvolve soluções eletrónicas de identificação e gere sistemas de segurança inteligentes – implica um investimento de cerca de 9,6 milhões de euros. O objetivo é criar uma plataforma de desmaterialização de documentos para facilitar o processo de autenticação de passageiros nos aeroportos e portos, estendendo-os a outros domínios do relacionamento do consumidor com o setor turístico (hotéis, aluguer de viaturas ou serviços de agências de viagens). Até 2020, deverão ser criados 219 postos de trabalho nesta iniciativa, refere o despacho assinado pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.