Os turistas estrangeiros deixam cada vez mais dinheiro em Portugal. Pelo oitavo ano consecutivo, as exportações de viagens e turismo aumentaram, superando os 15 mil milhões de euros. Significa que, em média, os turistas gastaram quase 42 milhões por dia em território nacional. Em comparação com 2016, as receitas relacionadas com estes gastos dispararam 19,5%. Desde 1997, apenas um ano beneficiou de um crescimento maior: 1998, o ano da Expo (20,7%).
Segundo os dados actualizados hoje pelo Banco de Portugal, no espaço de uma década – 2007 a 2017 –, o valor gasto no país em atividades de viagens e turismo mais do que duplicou e, nos últimos quatro anos, cresceu sempre acima dos 10%.
Entre os turistas que mais aumentaram gastos estiveram os norte-americanos (37%) e os brasileiros (45%), enquanto os angolanos reforçaram em 25%. O valor gasto por turistas da China cresceu ainda mais: 80%. Ainda assim, os mercados mais relevantes continuam a ser os mesmos: Reino Unido, França, Espanha e Alemanha. Juntos, os turistas desses quatro países são responsáveis por 58% do dinheiro deixado pelos turistas em Portugal.
Este maior dinamismo reflecte-se nas várias áreas da actividade turística. Os aeroportos receberam mais passageiros, os terminais de cruzeiros mantiveram a atividade e o tráfego automóvel regressou às estradas. Os hotéis beneficiaram com mais hóspedes e mais dormidas.
O número de hóspedes da hotelaria nacional atingiu um máximo de 20,6 milhões, dando lugar a 57,5 milhões de dormidas. Responsáveis por mais de dois terços do total das dormidas, o número de turistas estrangeiros cresceu também a um ritmo superior ao dos clientes residentes em Portugal.
Contas feitas, houve mais negócio para as unidades hoteleiras: os proveitos totais – que contabilizam a despesa feita pelos turistas dentro dos hotéis – dispararam 16,6% no espaço de um ano, levando a que mais de 9 milhões de euros entrassem por dia nos cofres das empresas deste setor.
Se o crescimento do mercado interno desacelerou em relação ao ano anterior, Brasil, Estados Unidos e Polónia registaram as maiores taxas de crescimento nas dormidas entre os principais mercados, crescendo mais de 30%. Já o mercado principal – mais consolidado – mercado internacional, o Reino Unido, subiu apenas 1,1%, num período marcado pela depreciação da libra no pós-Brexit – desde o referendo, perdeu quase 14% em valor face ao euro.
Nos cruzeiros, o número de passageiros processados nos terminais nacionais cresceu ligeiros 1,7%, mas foi nos aeroportos que se sentiu maior dinamismo, superando os 25,5 milhões de passageiros, um salto de 16,7% em relação a 2016.
Este aumento das exportações traduz-se também num reforço do saldo da balança turística (diferença entre importações e exportações), que continuou a alargar-se em 2017, aumentando 23% para quase 11.000 milhões de euros.