Nos últimos anos, a dinâmica do mercado de trabalho tem mudado rapidamente e as empresas estão cada vez mais focadas em oferecer pacotes de benefícios que não apenas atraiam novos talentos, mas também retenham os colaboradores existentes. Elsa Carvalho, Senior Director – Head of Business Development da WTW, empresa de consultoria e gestão de benefícios, analisa este setor de atividade.
O estudo da WTW, Global Benefits Attitudes Survey 2024, destaca que a compensação, a segurança e a flexibilidade são as principais prioridades dos colaboradores. O que explica essa mudança nas expectativas e como tem evoluído a importância dos benefícios na retenção de talentos?
Os benefícios nunca foram tão determinantes para a permanência numa empresa. Em 2024, 47% dos colaboradores afirmaram que os benefícios são uma razão importante para continuar na organização, um crescimento significativo face aos 35% registados em 2017. Isso demonstra que um pacote de benefícios bem estruturado é essencial para manter talentos.

A personalização é um fator-chave nos benefícios. Como é que as empresas estão a adaptar-se a essa realidade?
Os colaboradores valorizam a capacidade de escolher benefícios que se adequem às suas necessidades individuais. Observamos um aumento significativo na flexibilidade das escolhas, especialmente na Europa, onde 66% das empresas já oferecem essa possibilidade, uma subida de 13 pontos percentuais desde 2019.
Quais são os principais desafios para as empresas na gestão dos benefícios?
O grande desafio é equilibrar benefícios atrativos com a sustentabilidade financeira. No nosso estudo, 57% das empresas apontaram as necessidades dos colaboradores como prioridade, seguidas pelos custos (48%) e o bem-estar (42%). A inclusão, diversidade e apoio à saúde mental são também fatores em crescimento.
Pode dar um exemplo de inovação na gestão de benefícios?
O LifeSight é um excelente exemplo. Trata-se de uma solução que simplifica a administração dos planos de pensões, oferecendo uma experiência personalizada, e aumenta a confiança dos colaboradores. Através de um portal online, os colaboradores podem acompanhar as suas poupanças, fazer simulações e planear a sua reforma com maior transparência e controlo financeiro.

Como se prevê o futuro dos benefícios empresariais?
O futuro dos benefícios está alinhado com as tendências de personalização e flexibilidade. As empresas estão focadas em programas que correspondam às necessidades dos colaboradores numa perspetiva global de well-being (saúde física, mental, social e financeira) promovendo o bem-estar geral dos colaboradores. A adoção de processos de gestão mais eficientes, a análise dos pacotes totais e dos que realmente impactam na valorização e saúde global permitem uma eficiente gestão por parte das empesas, também do ponto de vista de sustentabilidade dos benefícios e custos.
Que mensagem gostaria de deixar às empresas que querem melhorar a sua estratégia de benefícios?
As empresas que investirem em benefícios flexíveis e adaptáveis estarão mais bem posicionadas para atrair e reter talentos, essencialmente aquelas que conseguem equilibrar essas ofertas com a eficiência de custos. A chave é entender o que realmente importa para os colaboradores e encontrar formas sustentáveis de oferecer essas vantagens.
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