Em criança, o Super-Homem era o meu super-herói favorito. Talvez por o alter-ego terrestre desta personagem ser um jornalista – a profissão que sempre desejei ter, desde que me recordo –, ou, simplesmente, um “caixa de óculos” desajeitado, não muito distante da figura que enfrentava diariamente ao espelho. O herói era “super” porque voava e possuía força sobre-humana. E, naturalmente, porque usava uma capa.
Com os anos, considerei que os super-heróis existem para além da BD e do cinema. Tive muitos na vida real: no desporto, na política, no entretenimento, na literatura ou na comunicação social, por exemplo. Seria escusado, e fastidioso enumerar a (longa) lista, onde cabiam nomes tão variados como Ayrton Senna, Nelson Mandela, João Vieira Pinto, Anne Frank, Herman José ou Santley Kubrick. Alguns, mereceram figurar em posters para colar nas paredes do quarto – muito ao jeito das décadas de 1980 e 1990. O super-poder da juventude talvez seja esse mesmo, de adorar tanto ao mesmo tempo, tão facilmente, tão rapidamente e tão intensamente.