A diplomacia e a pressão internacional ainda têm força para evitar mais um desastre anunciado? Uma grande coligação de esforços diplomáticos conseguirá impedir uma invasão terrestre do Líbano por parte das forças militares israelitas? As perguntas vão ecoar um pouco por todo o mundo, nas próximas horas e dias, sem que alguém tenha sequer a ilusão de ter uma resposta definitiva para elas.
Durante a madrugada, os EUA, a França e uma série de outros aliados ocidentais lançaram um apelo para que seja decretado um cessar-fogo de 21 dias na fronteira entre Israel e o Líbano, mas a perceção crescente é a de que a janela de oportunidade para evitar uma escalada de guerra é cada vez menor. Os bombardeamentos israelitas dos últimos três dias causaram a morte de 600 pessoas, muitas delas mulheres e crianças, e obrigaram ao deslocamento de 10% da população do Líbano. Por sua vez, o Hezzbolah deu ontem o maior aviso sobre a sua capacidade de resposta, ao conseguir atingir Telavive com um míssil que, no entanto, foi destruído pelas defesas aéreas de Israel, ante de causar qualquer dano.
Os dados estão lançados e, infelizmente, não são animadores. Israel já reforçou a sua presença militar na fronteira com o Líbano, fazendo deslocar duas brigadas de reservistas – muitos deles vindos diretamente de Gaza. E, numa comunicação às tropas, o máximo general israelita, Herzi Halevi, disse que os bombardeamentos dos últimos dias destinaram-se a destruir a infraestrutura do Hezzbolah – já com a capacidade de comunicação amputada entre os seus membros, desde os ataques aos pagers e walkie-talkies -, para preparar uma invasão terrestre, de larga escala, destinada a aniquilar por completo a milícia xiita, que controla de facto o Líbano, com o apoio do Irão.
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