Se hoje escrevo esta newsletter, sem correr o risco de ser presa ou de sofrer represálias, à liberdade o devo. Há 49 anos, após longas décadas, imprimiam-se os primeiros jornais sem que estes fossem visados pelos ignóbeis lápis azuis da Censura. Também se faziam-se segundas, terceiras e quartas tiragens das edições desses dias em que os acontecimentos decorriam à velocidade da luz e as notícias eram consumidas avidamente. Não havia, claro, internet nem breaking news televisivos 24 sobre 24, mas o frenesim com que hoje cobrimos (mea culpa) a trica política que (supostamente) marca a atualidade do dia não é comparável ao empenho com que os bravos jornalistas de então cobriram o 25 de Abril de 1974 e todos os meses que se lhe seguiram.
Por falar em frenesim, o de ontem foi mais que muito. Desde logo, por causa da visita oficial de Lula da Silva e da ideia de incluir o Presidente brasileiro nas comemorações. Do convite precipitado de Marcelo Rebelo de Sousa ao anúncio do ministro João Gomes Cravinho, passando por cima da competência do Parlamento, ninguém esteve bem. Também não estiveram bem todos quanto amplificaram o assunto, já depois de a coisa estar resolvida.
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