Dentro da imprevisibilidade que o coronavírus trouxe às nossas vidas, há uma coisa que tínhamos como relativamente certa neste Natal. Já sabíamos que, nesta altura do ano, um conjunto de múltiplos fatores poderia originar um grande aumento de casos de infeção. Sim, os números são, de facto, impressionantes. Atingimos, ontem, um novo máximo diário (um total de 26 867 casos), mas não é só aqui, em Portugal, que os números são impressionantes: também o são noutros países europeus, como o Reino Unido, a Dinamarca, França e Itália, e nos Estados Unidos da América. Os governos e as autoridades de saúde deparam agora com “um tsunâmi de casos” – as palavras são de Tedros Adhanom Ghebreyesus, o etíope que assume o cargo de diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) –, e a única coisa que ainda não sabemos avaliar é o impacto que terá este tsunâmi nos sistemas de saúde.
Desde o princípio da pandemia que as autoridades de saúde nos pedem (e bem) que subamos este Evereste em conjunto. Aprendemos a achatar a curva (ainda alguém se lembra?), a descarregar a aplicação StayAway Covid (esta, então, até já desapareceu das campanhas de sensibilização) e a responder de forma massiva ao apelo da vacinação.