Desde o início do ano, os combustíveis já subiram, em média, 20% do seu valor. Atestar o depósito de uma viatura custa, em média, mais €15 do que em janeiro. Em alguns pontos de venda, a gasolina premium ultrapassou, nos últimos dias, a marca dos dois euros por litro. Como resposta a estes aumentos, o Governo anunciou uma redução de dois cêntimos no imposto (ISP) da gasolina e de um cêntimo no do gasóleo, de maneira a devolver aos consumidores os cerca de 60 milhões de euros de IVA que arrecadou a mais com a subida dos combustíveis em 2021. A medida vai estar em vigor até 31 de janeiro.
Em Portugal, os preços dos combustíveis são fixados pelos revendedores, depois de calculados os custos com a importação e refinação do crude, logística (armazenagem e transporte), reservas obrigatórias, incorporação de biocombustíveis e comercialização. A somar a estas variáveis, existem ainda diversos impostos e taxas: imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), contribuição do serviço rodoviário, taxa sobre emissões de CO2 e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Ao longo da última semana (iniciada a 11 de outubro), o preço médio da gasolina 95 em Portugal foi de €1,710 por litro, de acordo com a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro). A maior fatia desse valor cabia aos impostos: o ISP (€0,668) e o IVA (€0,320) representavam 58% do preço final, a cotação do crude pesava 31% (€0,523), a incorporação de biocombustíveis 5% (€0,080), e a logística e comercialização 7% (€0,120) do total.
No gasóleo, vendido a um valor médio de €1,513 por litro, os impostos absorviam 53% (€0,796) do preço final. A cotação do crude pesava 34% (€0,518), a incorporação de biocombustíveis 6% (€0,094) e a logística e comercialização 7% (€0,105) do total.
CONCLUSÃO
VERDADEIRO
Confirma-se que mais de metade do que pagamos nos pontos de venda, sempre que abastecemos as nossas viaturas, são impostos. Na última semana, o peso do ISP e do IVA representou 58% do preço de cada litro de gasolina 95, e 53% do valor de cada litro de gasóleo, de acordo com a Apetro. Segundo cálculos da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), os impostos e taxas atingem, em média, 60% do preço final dos combustíveis em Portugal.
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