A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade disse na terça-feira que Portugal vai receber, nas próximas semanas, as primeiras 20 pessoas oriundas da Turquia, no âmbito do programa ‘One-by-one’, de reinstalação de refugiados.
“Vamos receber, dentro de muito pouco tempo, as primeiras 20 pessoas oriundas da Turquia, ao abrigo de um novo programa de reinstalação de refugiados”, disse à agência Lusa a secretária de Estado Catarina Marcelino, à margem da inauguração do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), em Portimão.
Segundo Catarina Marcelino, o programa ‘One-by-one’ foi estabelecido com a Turquia, “o qual prevê que as pessoas venham a partir deste país, mas o número está inserido na primeira quota de cerca de cinco mil refugiados atribuída a Portugal”.
A governante frisou que Portugal vai ser um dos primeiros países a acolher refugiados no âmbito do novo programa, “porque está na linha da frente no apoio à crise migratória que afeta milhões de pessoas”.
“No apoio aos refugiados e a esta solidariedade de resposta humanitária, temos estado na linha da frente e só não recebemos mais pessoas, porque os processos burocráticos dos países que os encaminham para cá, em particular da Grécia e da Itália, têm sido muito lentos”, sublinhou.
Na opinião da governante, o problema migratório “é um dos maiores e dos mais complicados que a Europa enfrentou, depois da II Guerra Mundial e da Guerra dos Balcãs”.
“Nunca houve um problema com esta dimensão. É uma crise humanitária e um flagelo que a Europa tem condições para apoiar, mas é preciso que os países tenham abertura e solidariedade”, destacou.
A secretária de Estado para Cidadania e a Igualdade considerou que a rede de centros locais de apoio para a integração de migrantes, que está a ser desenvolvida em todo o país, “será muito importante para dar respostas à integração destes refugiados”.
“Depois de um período em que diminuíram, estamos a recuperar os centros locais em parceria com as autarquias e a mudar o conceito, para poder dar formação aos técnicos e poder acolher esta nova realidade das migrações, neste caso as pessoas refugiadas”, sublinhou.
Para Catarina Marcelino, “trata-se de um novo conceito para se perceber as necessidades de existirem respostas locais, apesar de existirem os centros do Alto Comissariado para as Migrações, em Lisboa, Faro e Porto.
“Portugal é considerado o segundo melhor país de acolhimento na Europa, a seguir à Suécia, e é nesse sentido que temos que continuar a responder”, concluiu.
O Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Portimão, o primeiro a abrir no país, funciona no edifício da Câmara de Portimão, tendo sido assinado um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações, entidade que irá assegurar a formação dos técnicos e prestará todo o apoio ao seu funcionamento.
Para a presidente da autarquia, Isilda Gomes (PS), o CLAIM reforça o Plano Municipal para Integração do Migrante que o município implementou em 2015, trabalho que tem sido desenvolvido em parceria com todas as entidades, de forma a ter um território mais participado, planeado e inclusivo”.
Segundo a autarca, Portimão “acolheu já três refugiados, das 12 vagas disponibilizadas, inseridas na quota dos cinco mil refugiados previstos para Portugal”.