Na manhã do primeiro de maio, dia do Trabalhador, o fotógrafo português João Pina abandonava um treino da equipa argentina de futebol Boca Juniors, quando foi abordado por um homem, na rua, que lhe apontou uma arma.
“Eu levava um saco. Ao apontar-me a pistola, o homem pediu-me diretamente a máquina, ainda que o saco não tivesse aparência do típico saco de equipamento fotográfico”, conta João Pina à VISÃO. Escusado será dizer que todo o material, inlcuindo as fotos feitas naquele dia, foiroubado. A perda atingiu os 8500 euros.
O tipo de roubo é clássico na Argentina. “É conhecido por salidera“, explica o fotógrafo, acrescentando a definição: “Alguém de dentro (neste caso do clube) avisa para fora que existe um alvo (neste caso o repórter de imagem)”.
“Felizmente, nenhum de nós se magoou o que foi, de longe, o mais importante”, conta João Pina, o repórter que vive em Buenos Aires desde 2007. “Como eu sou freelancer, e nada de similar que tinha acontecido antes, não estava coberto por nenhum tipo de seguro e a revista para a qual estava a trabalhar também não tinha seguro”.
Assim, João Pina ficou sem equipamento, mas também sem meios para poder trabalhar e recuperar os valores roubados. A ideia que se seguiu foi lançar uma página http://robado.joao-pina.com/) para dar ‘voz’ à sua própria campanha de crowdfunding e conseguir comprar novo material.
Nos quatro primeiros dias, a campanha excedeu as expectativas. “Ótimas notícias”, anunciou João Pina na segunda-feira, dia 11, no Facebook. “Em apenas quatro dias, a campanha de crowdfundig para me pôr de novo a trabalhar permitiu recolher 30% dos fundos. Agora, tenho mais 26 dias para juntar os restantes 70%”.
Menos de 24 horas depois, o valor atingiu os 3246 euros, o que significa 38,2% do total de 8500 euros a angariar – pode ir seguindo as contas da página do João, onde também pode fazer o seu contributo. As ajudas vão dos cinco aos mil euros.