O encenador do musical da peça, que é também o diretor técnico da Elo Social, a instituição responsável pela iniciativa, explicou que este trabalho é o culminar de um processo com cerca de doze anos, entre ensaios e adaptação do musical à realidade das pessoas com deficiência. “As primeiras versões experimentais tiveram lugar no ginásio do Elo social e quando vimos que já era digno de mostrar ao público em geral e dar visibilidade a estes atores, apresentámo-nos em estreia no cinema São Jorge, pela primeira vez, em 2011”, adiantou António Martins.
A segunda vez que subiram a palco foi em 2013, por altura dos trinta anos da instituição, quando esgotaram os 800 lugares do Cinema São Jorge em cada um dos dias em que atuaram.
“Esse trabalho é árduo, apurado, moroso, porque muitas destas pessoas, para além da deficiência intelectual, têm multideficiência, têm deficiências sensoriais, têm paralisias cerebrais, alguns não ouvem, outros têm muita dificuldade na visão, não falam, e por isso a cada caso temos de nos adaptar”, explicou António Martins.
António Martins não tem dúvidas de que este trabalho artístico “é uma parte extremamente marcante” da vida daquelas pessoas. O espetáculo estreia hoje, dia 20, às 21h, e a instituição tem já quase dois terços dos bilhetes vendidos.