Em “Corre Por Mais Portugal”, o atleta propõe-se, em dez dias, angariar fundos para uma dezena de instituições de apoio humanitário, através da nova plataforma nacional de crowdfunding, Nós Queremos. “Andam à procura da felicidade no Ter e ela está no Ser”, diz o ex-pugilista de 38 anos, que perdeu a visão na prática de boxe. Ajudar está-lhe na massa do sangue.
P: Qual é a sua motivação para esta prova?
R: Tenho um gatilho e um rastilho diferente do das outras pessoas. Todos nós conseguimos, é claro que é preciso treino e uma preparação especial, mas somos todos constituídos da mesma massa. Temos de treinar e a maior parte desse trabalho é mental. O que me motiva e me dá mais força é saber que vou ajudar as outras pessoas. A minha gasolina são os outros. Como sei que estou a fazer algo especial por alguém, fico com mais força e com mais vontade tenho de o fazer. É isso que não me deixa desistir.
P: E como se faz esse treino mental?
R: Com meditação. A minha receita é encontrarmo-nos a nós próprios. Crescemos interiormente e a felicidade e a energia aparecem e tornamo-nos pessoas diferentes. Não há impossíveis quando se consegue encontrar o nosso ser.
P: No boxe queria ser como o Muhammad Ali. E no atletismo quem é a sua inspiração?
R: A minha corrida é uma luta e uma conquista interior. É uma competição comigo mesmo. Quero fazer melhor do que já fiz e, claro, que gostava de ser como o Carlos Lopes ele só foi campeão olímpico com a minha idade, eu também ainda o posso ser. Vou apostar muito nos Jogos Paralímpicos de 2016 para conseguir ir mais além.
P: Qual é o maior desafio desta prova?
R: É chegar ao fim e ajudar as dez instituições. Não é um desafio só meu é de todos os portugueses.
UMA CORRIDA POR DEZ CAUSAS
A campanha Corre Por Mais Portugal, na nova plataforma nacional de crowdfunding Nós Queremos, irá ajudar a Associação Jorge Pina; CRID – Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes; APLAS – Associação Princesa Leonor Aceita e Sorri; ACA – Associação Conversa Amiga; Fundação AMA; APEDV – Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais; Crescer Ser; APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima; Aldeias de Crianças SOS; APPT21 – Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21.
POR ONDE PASSA
Os 790 km que ligam Viana do Castelo a Vila do Bispo serão corridos com o auxílio de três guias e de um fisioterapeuta. A meio de cada etapa, em média de 80 km feitos em oito horas, Jorge Pina irá parar, no máximo, uma hora, para se hidratar, comer, receber massagens e fazer alongamentos. Além de um plano alimentar rigoroso e de uma equipa médica de prevenção em cada cidade, o atleta lisboeta será escoltado por três carros de apoio, estrategicamente, colocados a cada dez quilómetros.
5 out Viana do Castelo
6 out Porto
7 out Aveiro
8 out Figueira da Foz
9 out Ourém
10 out Santarém
11 out Lisboa
12 out Grândola
13 out Sines
14 out Sagres/Vila do Bispo