Um engenheiro informático moldavo que contou com o apoio de um quadro da IBM para fazer uma aplicação. Uma advogada com nacionalidade congolesa e francesa que melhorou o português com a ajuda de uma funcionária da EDP. Ou um imigrante angolano com um curso de Direito por terminar que se aventurou na criação de um projeto agropecuário com o auxílio de um trabalhador do Montepio.
São apenas três casos que refletem o sucesso do projeto Mentores para Imigrantes, criado pelo GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial. Depois de dois anos a funcionar como projeto-piloto, o programa vai, agora, ser alargado ao todo o território nacional com o apoio do Alto Comissariado para as Migrações e do Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba.
O Mentores põe em contacto funcionários da empresas associadas do GRACE que, em regime de voluntariado, apoiam imigrantes que procuram ajuda para se integrarem pessoal e profissionalmente em Portugal. Cada par é estabelecido de acordo com o perfil do mentor e das necessidades de cada imigrante que solicita o apoio do programa.
Hermenegildo Soares, 43 anos, a viver em Portugal desde a década de 90, é descendente de camponeses, mas não era especialista na área (tem um curso de Direito por terminar). Por isso, precisava de ajuda para tornar o seu projeto de transformar as propriedades da família no norte de Angola num negócio de agropecuária atraente para os investidores. A ajuda chegou através de Manuel Ferreira, 57 anos, quadro do Montepio, que o ajudou a construir o projeto.
Atualmente, existem 31 pares de mentores e mentorados, mas muitos mais se deverão seguir com o alargamento do projeto. Já está disponível uma
plataforma com informação sobre o projeto que procura mentores e candidatos, capazes de realizarem sonhos em conjunto.