O Prémio Calouste Gulbenkian é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana.
Este ano, o júri, presidido por Jorge Sampaio, elegeu como vencedor o movimento católico, fundado em Roma, em 1968, por Andrea Riccardi, entre as cerca de seis dezenas de nomeações recebidas.
Também conhecida como a “pequena ONU do Trastevere”, bairro romano onde se situa a sua sede, a comunidade é uma organização não-governamental que agrega cerca de 60 mil leigos em mais de 70 países do mundo.
Estas pessoas dedicam-se a promover “o diálogo ecuménico e apoiar, a título voluntário, pessoas sem-abrigo, idosos, presidiários (especialmente condenados à morte), deficientes, vítimas de guerras e imigrantes”, refere a Fundação Calouste Gulbenkian em comunicado.
Este ano, têm estado presentes em várias áreas de conflito, apoiando os esforços de diálogo para promover a paz em países como a Guatemala, o Burundi, a Argélia, o Darfur, a Costa do Marfim, a República Centro-Africana e a região do Grandes Lagos, entre outros locais. Cerca de um terço dos membros da comunidade vive em África ou nos países do hemisfério Sul.
Nos países lusófonos bem como noutros países de África subsariana, a comunidade atua fundamentalmente através do programa DREAM (Drug Resource Enhancement against AIDS and Malnutrition), um do mais eficazes programas de combate à sida e à malnutrição, e através da campanha “Bravo”, que visa registar a população, contribuindo para acabar com o número exorbitante de “crianças invisíveis” em África.